"Só porque temos um conflito com a China, não significa que tenhamos de ser rudes e desrespeitosos. Temos muitas coisas a agradecer à China pela ajuda no passado", disse Rodrigo Duterte, num discurso pronunciado na segunda-feira à noite.
O Governo das Filipinas estão a negociar a entrega mensal de quatro milhões de doses da vacina contra a covid-19 da Sinovac, de fabrico chinês.
As declarações de Duterte surgiram depois de o Ministério dos Negócios Estrangeiros filipino ter alegado, na segunda-feira, que navios chineses efetuaram manobras de assédio contra barcos filipinos nas águas em redor do atol de Scarborough, a cerca de 198 quilómetros a oeste da costa filipina, entre 24 e 25 de abril.
Este atol, assim como parte do arquipélago das Spratly, foi declarado em 2016 pelo Tribunal Permanente de Arbitragem (PCA), em Haia, sob a soberania de Manila, decisão que Pequim recusou aceitar.
As autoridades filipinas também denunciaram a presença de centenas de barcos de pesca e de milícias marítimas chinesas na zona económica exclusiva das Filipinas no mar do Sul da China, entre 01 de janeiro e 18 de março.
O executivo de Duterte pediu ao Governo chinês para retirar os navios e respeitar a soberania das Filipinas naquelas águas.
Brunei, Filipinas, Malásia, Taiwan e Vietname reivindicam zonas do mar do Sul da China, através do qual 30% do comércio global flui e que alberga 12% dos bancos de pesca mundiais, bem como depósitos de petróleo e gás.
A China reivindica soberania sobre a quase totalidade daquele mar.
Leia Também: Presidente das Filipinas recebe primeira dose da vacina chinesa Sinopharm