"Estamos a lançar um apelo urgente a todas as organizações da sociedade civil que ainda não estão envolvidas na luta para se juntarem sem demora à mobilização popular", afirmou hoje o coordenador do coletivo Wakit Tamma, Max Loalngar.
Numa conferência de imprensa citada pela agência France-Presse (AFP), Loalngar atacou a "junta no poder" que formou o que disse ser um "Governo fantoche".
Oposição e sociedade civil organizaram já manifestações contra o Conselho Militar de Transição (CMT) em 29 de abril, tendo estas sido violentamente reprimidas pelas forças de segurança estatais.
Pelo menos seis pessoas morreram na capital, N'djamena, e no sul do país, segundo os números oficiais das autoridades, embora uma organização não-governamental local remeta para nove o número de fatalidades.
Mais de 600 pessoas foram presas e, atualmente, as manifestações estão sistematicamente proibidas pelo poder.
Em 20 de abril, o porta-voz do Exército, Azem Bermando Agouna, anunciou a morte de Idriss Déby Itno, a revogação da Constituição, a dissolução do Governo e do parlamento e a criação do CMT, um órgão liderado por Mahamat Idriss Déby, filho de Déby Itno, e composto por outros 14 generais.
Mahamat Idriss Déby assumiu então o título de Presidente da República do Chade e prometeu eleições "livres e democráticas" no espaço de 18 meses.
No domingo, Mahamat Idriss Déby designou por decreto 40 ministros e secretários de Estado, tendo sido ainda anunciado um novo ministério da Reconciliação Nacional e do Diálogo.
O novo cargo da Reconciliação Nacional e do Diálogo foi atribuído a Acheick Ibn Oumar, antigo chefe rebelde que em 2019 se tornou conselheiro diplomático da presidência.
O cenário político no Chade tornou-se incerto depois da morte de Déby Itno, que liderou o país com punho de ferro durante 30 anos.
Vários partidos da oposição, incluindo o principal opositor Saleh Kebzabo, juntaram-se ao governo de transição, tal como Mahamat Ahmat Alhabo, outro opositor, que foi nomeado ministro da Justiça.
O partido de Kebzabo retirou-se, desde então, do coletivo Wakit Tamma.
"O nosso partido retirou-se e não pede manifestações no sábado", disse Kebzabo à AFP.
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