O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicou esta sexta-feira que o anúncio feito na véspera pelos Estados Unidos, no que respeita ao levantamento das patentes das vacinas contra a Covid-19, "é uma posição significativa de solidariedade e de apoio pela equidade nas vacinas".
"Eu sei que isto não é algo que seja politicamente fácil de fazer, portanto agradeço muito a liderança dos Estados Unidos, e apelamos aos outros países para que sigam o seu exemplo", acrescentou Tedros Adhanom Ghebreyesus, na habitual conferência de imprensa da agência de Saúde.
O especialista em saúde pública quis enfatizar, porém, que "a OMS valoriza a incrível contribuição do setor privado para a pandemia de Covid-19 e para a Saúde em geral", reforçando que "não teríamos vacinas, tratamentos, diagnósticos e aparelhos que salvam vidas e melhoram o bem-estar em todo o mundo se não fosse a inovação do setor privado".
Não obstante, Tedros Adhanom Ghebreyesus chamou a atenção para a "crise sem precedentes" que o mundo atravessa, com os casos "num patamar recorde" e "quase 100 mil pessoas a morrer todas as semanas globalmente". "As cláusulas da Organização Mundial do Comércio (OMC) para levantamento de propriedade intelectual foram criadas precisamente para situações como esta. Se não as usarmos agora, usamos quando?".
Media briefing on #COVID19 with @DrTedros https://t.co/KuJKaRUZlB
— World Health Organization (WHO) (@WHO) May 7, 2021
Na mesma conferência de imprensa, o responsável etíope anunciou a aprovação para uso emergencial da vacina da farmacêutica chinesa Sinopharm contra a Covid-19. "Esta tarde, a OMS deu aprovação para uso de emergência à vacina Sinopharm contra a Covid-19, tornando-a na sexta vacina a receber aval da OMS para segurança, eficácia e qualidade", indicou.
Tedros Adhanom lembrou que as "vacinas são uma ferramenta vital", mas, "neste momento, o volume e a distribuição são insuficientes para acabar com a pandemia da Covid-19". "Globalmente, estamos a seguir na direção errada. Em todo o globo, mais lares estão a gastar uma proporção cada vez maior do seu rendimento em Saúde. E mais pessoas estão a ser expostas à pobreza como consequência dos gastos em Saúde".
Nesse sentido, a organização anunciou um novo comité para estudar a economia de uma 'Saúde para Todos', "para identificar novas formas de moldar a economia global e construir sociedades que são saudáveis, inclusivas, equitativas e sustentáveis".
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