Centenas protestam na Jordânia contra despejo de famílias palestinianas

Centenas de pessoas manifestaram-se hoje na capital da Jordânia, Amã, em solidariedade para com as famílias palestinianas ameaçadas pelas autoridades israelitas de despejo do bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental.

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© Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
07/05/2021 18:45 ‧ 07/05/2021 por Lusa

Mundo

Jordânia

 

A multidão concentrou-se em frente à mesquita Al-Husseini após a tradicional oração das sextas-feiras (dia principal da religião muçulmana), exibindo cartazes e entoando frases de ordem que pediam a expulsão do embaixador de Israel na Jordânia e a retirada do país árabe do acordo de paz assinado com o Estado israelita em 1994.

"Salvar o bairro de Sheikh Jarrah" ou "Jerusalém é uma terra islâmica" foram algumas das frases de ordem ouvidas junto da mesquita, segundo o relato das agências internacionais.

"Estamos aqui para expressar o nosso total apoio aos palestinianos de Sheikh Jarrah", afirmou o deputado jordano e um dos participantes da concentração, Saleh Armouti, que denunciou "o silêncio árabe, islâmico e mundial sobre este crime".

Várias famílias palestinianas de Sheikh Jarrah estão envolvidas numa longa batalha legal com grupos de colonos israelitas que tentam conseguir propriedades naquele bairro.

Em Jerusalém Oriental, manifestações diárias de apoio a estas famílias palestinianas ameaçadas de despejo têm sido pontuadas por confrontos com a polícia.

Na noite de quinta-feira para hoje, foram detidos pelo menos 15 palestinianos envolvidos nesses protestos, segundo a polícia.

Numa mensagem publicada hoje na rede social Twitter, poucas horas antes do protesto em Amã, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, apelou à promoção de um "movimento internacional" para impedir os planos de Israel e o despejo das famílias palestinianas.

Segundo Ayman Safadi, as autoridades israelitas estão com esta intenção "a brincar com o fogo de forma perigosa", reforçando que este passo representa "um crime que o mundo deveria reagir para prevenir".

Na quinta-feira, as intenções de Israel já tinham sido questionadas por Espanha, Alemanha, França e Itália que, através de um comunicado conjunto, criticaram esta ameaça de despejo, bem como os planos de construção de 540 casas num colonato na Cisjordânia ocupada.

Para os quatros países europeus, estas medidas "minam os esforços para reconstruir a confiança" entre israelitas e palestinianos.

Leia Também: Adolescente palestiniano morto na Cisjordânia pelo exército israelita

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