Abbas considerou os confrontos de hoje na Esplanada das Mesquitas na Cidade Velha localizada em Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel, "um ataque brutal das forças de ocupação israelitas contra os fiéis", que é "um novo desafio para a comunidade internacional".
O seu primeiro-ministro, Mohammed Shtayyed, considerou Israel "responsável" pelos confrontos que causaram centenas de feridos e pediu "uma intervenção imediata da comunidade internacional" para "dar proteção aos civis palestinianos nos territórios ocupados" e "acabar" com "as horrorosas violações" israelitas.
Por seu turno, o ministro dos Assuntos Civis da Autoridade Palestiniana, Hussein al-Sheikh, disse que a liderança "está a analisar todas as opções" para responder "face à agressão israelita" na Esplanada das Mesquitas.
Também o líder do movimento islâmico palestiniano que controla a Faixa de Gaza, o Hamas, Ismail Haniyeh, advertiu que a "resistência" palestiniana não "ficará de braços cruzados".
Enquanto se multiplicam os apelos internacionais à calma, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu saudou a "firmeza" das forças de segurança para garantir a "estabilidade" em Jerusalém. "Apoiamo-los nesta luta justa", disse.
Netanyahu descreveu os confrontos, que causaram mais de 300 feridos quase todos palestinianos, como uma "luta entre a intolerância e a tolerância, entre a violência e a lei e a ordem".
"Insistimos em garantir os direitos de todos e isto às vezes requer a firmeza que a polícia israelita e as nossas forças de segurança estão a ter neste momento", disse ainda.
Desde o início da manhã que a polícia israelita enfrenta grupos de palestinianos, que lançam projéteis na sua direção, respondendo com balas de borracha e gás lacrimogéneo.
A tensão aumentou drasticamente em Jerusalém no último fim de semana com noites consecutivas de confrontos intensos.
Face à situação está prevista para hoje uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, pedida pela Tunísia.
O dia de hoje é especialmente complicado porque é o da celebração pelos judeus do "Dia de Jerusalém", que marca a conquista da parte oriental da cidade por Israel em 1967. Os palestinianos querem Jerusalém Oriental para capital do Estado a que aspiram.
Para a tarde está prevista uma marcha de ultranacionalistas judeus pela Cidade Velha, o que pode exacerbar a tensão.
Um organizador da iniciativa disse à rádio militar que são esperadas "entre 50.000 e 80.000 pessoas" que desfilarão com bandeiras israelitas em algumas das zonas mais tensas da cidade, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.
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