Jerusalém: Borrell apela ao "fim imediato" da violência
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, mostrou-se hoje "consternado" com as hostilidades entre palestinianos e israelitas, apelando ao "fim imediato" da violência e afirmando que "a prioridade deve ser a de proteger os civis".
© Getty Images
Mundo Josep Borrell
"A União Europeia (UE) está consternada com o número elevado de feridos e de mortes entre civis, incluindo crianças. A prioridade deve ser a de proteger os civis. Todos os esforços devem ser direcionados para evitar vítimas civis, e para apoiar o desanuviamento", lê-se numa mensagem publicada pelo alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança.
Num dia em que o ministério da Saúde palestiniano informou que morreram pelo menos 53 pessoas na Faixa de Gaza devido a ataques israelitas, e após o movimento islamista Hamas ter lançado uma grande quantidade de 'rockets' contra cidades de Israel, Borrell sublinha que o "lançamento indiscriminado de 'rockets' pelo Hamas e outros grupos contra civis israelitas é inaceitável".
No entanto, e "embora reconhecendo a necessidade legítima de Israel proteger a sua população civil", o alto representante sublinha que a resposta israelita "deve ser proporcional" e feita "com a máxima contenção no uso da força".
"A UE apela ao fim imediato das violências em curso. Tudo deve ser feito para evitar um conflito mais vasto que irá afetar, antes de mais, as populações civis de ambos os lados", aponta o chefe da diplomacia europeia.
Qualificando assim a escalada de tensões na região de "grave", Borrell acrescenta ainda que, em Jerusalém, "o 'status quo' dos locais sagrados deve ser respeitado e a liberdade de culto garantida".
"Estou em contacto com as partes relevantes da região e com a comunidade internacional -- incluindo através do Quarteto do Médio Oriente [grupo composto pela ONU, UE, Rússia e Estados Unidos para mediar o conflito israelo-palestiniano] --, para desanuviar a situação com prioridade e para apoiar os esforços com vista a impedir mais violências", refere Borrell.
O Hamas e a Jihad Islâmica prosseguiram hoje os ataques em direção a Israel, com o lançamento de mais de 850 projéteis desde segunda-feira, na sua maioria intercetados pelo sistema defensivo Cúpula de Ferro, e que até ao momento provocaram a morte de seis pessoas, incluindo um adolescente.
Já os bombardeamentos israelitas dirigiram-se hoje contra a cúpula do Hamas e objetivos militares das milícias. Os ataques de Israel provocaram a morte de 53 palestinianos, incluindo 14 crianças.
A violência surgiu, em parte, devido à ameaça de expulsões de civis palestinianos de Jerusalém Oriental em benefício dos colonos israelitas, para além de uma violenta repressão das forças de segurança do Estado judaico no perímetro e no interior da Esplanada das Mesquitas em Jerusalém onde se situa a mesquita de Al-Aqsa, considerado o terceiro local mais sagrado do islão.
Aos confrontos iniciais entre manifestantes palestinianos e polícia israelita, particularmente em redor da mesquita de Al-Aqsa, seguiram-se os ataques com 'rockets' do Hamas contra Israel e a resposta das forças de defesa israelitas contra a Faixa de Gaza.
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