Jerusalém: Macron condena "firmemente" disparos reivindicados pelo Hamas

O Presidente francês, Emmanuel Macron, que se reuniu hoje com o líder da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, condenou "firmemente" os disparos reivindicados pelo Hamas "e por outros grupos terroristas" contra Israel.

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© Reuters

Lusa
13/05/2021 18:45 ‧ 13/05/2021 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

 

Num comunicado, Macron defendeu que esses disparos põem "em grave perigo a população de Telavive" e prejudicam a "segurança do Estado de Israel".

O chefe de Estado francês, que tem previsto reunir-se com vários outros responsáveis da região do Médio Oriente, entre os quais o primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, defendeu a "urgência de um regresso à paz e de um relançamento decisivo das negociações" israelo-palestinianas.

Macron acrescentou que esses serão os assuntos que irá abordar nas reuniões com responsáveis do Médio Oriente.

Nesse sentido, manifestou a disponibilidade de Paris para contribuir para o processo, "no respeito das legítimas aspirações de cada um", acrescenta no comunicado.

Entretanto, em Gaza, o número de palestinianos mortos na região desde o início da atual escalada militar com Israel subiu de 83 para 87, entre eles 18 crianças e oito mulheres, indicou o Ministério da Saúde do enclave.

O aumento do número de mortos ocorre na sequência de uma série de bombardeamentos israelitas, que foram, depois, seguidos por uma nova onda de "rockets" lançados a partir da Faixa de Gaza.

Do lado israelita, o número de mortos mantém-se em sete, após a morte, na quarta-feira, de uma criança de cinco anos.

Novamente em França, o ministro do Interior francês, Gérard Dramanin, semeou hoje a polémica ao ordenar à polícia gaulesa que proíba todas as manifestações marcadas para sábado em favor da Palestina, numa altura em que se regista a escalada militar israelo-palestiniana.

"Pedi à polícia para proibir as manifestações de sábado face às tensões no Médio Oriente. Em 2014, houve sérios problemas de ordem pública", escreveu Darmanin na rede social Twitter, referindo à polícia que deve manter-se "firme e vigilante". 

Para sábado à tarde foi convocada uma marcha pró-palestiniana no norte da capital, além de terem sido marcadas outras concentrações na região parisiense. 

Segundo vários órgãos de comunicação social franceses, a câmara municipal de Paris já decidiu seguir as instruções do Governo, que têm sido alvo de várias críticas nas redes sociais e da oposição de esquerda.

"Em França podíamos expressar solidariedade a todos os povos oprimidos do mundo e pedir a paz respeitando o Direito Internacional. Com Macron e Darmanin, a liberdade morreu. #Palestina", escreveu o deputado esquerdista Bastien Lachaud. 

O ex-primeiro-ministro Manuel Valls, por seu lado, reencaminhou a mensagem divulgada por Darmanin, considerando tratar-se de uma "decisão correta".

Foi precisamente sobre Valls que, em 2014, recaiu a decisão de proibir as marchas pró-palestinianas organizadas no contexto da ofensiva israelita na Faixa de Gaza ocorrida naquele verão. 

Apesar do veto, a manifestação aconteceu e gerou cenas violentas na mesma área da capital, razão pela qual muitos agora questionam a decisão de Darmanin, exigindo uma manifestação enquadrada e protegida pelas forças da ordem. 

Quarta-feira, o presidente da Associação Francesa de Solidariedade à Palestina, Bertrand Heilbronn, foi detido durante várias horas após uma reunião no Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, por ter organizado uma manifestação pró-palestiniana que também fora proibida.

O líder do La Francia Insoumise, Jean-Luc Mélenchon, pediu publicamente a sua libertação. 

 

Leia Também: Hamas anuncia disparo de 'rocket' sobre segundo maior aeroporto de Israel

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