Num comunicado, Macron defendeu que esses disparos põem "em grave perigo a população de Telavive" e prejudicam a "segurança do Estado de Israel".
O chefe de Estado francês, que tem previsto reunir-se com vários outros responsáveis da região do Médio Oriente, entre os quais o primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, defendeu a "urgência de um regresso à paz e de um relançamento decisivo das negociações" israelo-palestinianas.
Macron acrescentou que esses serão os assuntos que irá abordar nas reuniões com responsáveis do Médio Oriente.
Nesse sentido, manifestou a disponibilidade de Paris para contribuir para o processo, "no respeito das legítimas aspirações de cada um", acrescenta no comunicado.
Entretanto, em Gaza, o número de palestinianos mortos na região desde o início da atual escalada militar com Israel subiu de 83 para 87, entre eles 18 crianças e oito mulheres, indicou o Ministério da Saúde do enclave.
O aumento do número de mortos ocorre na sequência de uma série de bombardeamentos israelitas, que foram, depois, seguidos por uma nova onda de "rockets" lançados a partir da Faixa de Gaza.
Do lado israelita, o número de mortos mantém-se em sete, após a morte, na quarta-feira, de uma criança de cinco anos.
Novamente em França, o ministro do Interior francês, Gérard Dramanin, semeou hoje a polémica ao ordenar à polícia gaulesa que proíba todas as manifestações marcadas para sábado em favor da Palestina, numa altura em que se regista a escalada militar israelo-palestiniana.
"Pedi à polícia para proibir as manifestações de sábado face às tensões no Médio Oriente. Em 2014, houve sérios problemas de ordem pública", escreveu Darmanin na rede social Twitter, referindo à polícia que deve manter-se "firme e vigilante".
Para sábado à tarde foi convocada uma marcha pró-palestiniana no norte da capital, além de terem sido marcadas outras concentrações na região parisiense.
Segundo vários órgãos de comunicação social franceses, a câmara municipal de Paris já decidiu seguir as instruções do Governo, que têm sido alvo de várias críticas nas redes sociais e da oposição de esquerda.
"Em França podíamos expressar solidariedade a todos os povos oprimidos do mundo e pedir a paz respeitando o Direito Internacional. Com Macron e Darmanin, a liberdade morreu. #Palestina", escreveu o deputado esquerdista Bastien Lachaud.
O ex-primeiro-ministro Manuel Valls, por seu lado, reencaminhou a mensagem divulgada por Darmanin, considerando tratar-se de uma "decisão correta".
Foi precisamente sobre Valls que, em 2014, recaiu a decisão de proibir as marchas pró-palestinianas organizadas no contexto da ofensiva israelita na Faixa de Gaza ocorrida naquele verão.
Apesar do veto, a manifestação aconteceu e gerou cenas violentas na mesma área da capital, razão pela qual muitos agora questionam a decisão de Darmanin, exigindo uma manifestação enquadrada e protegida pelas forças da ordem.
Quarta-feira, o presidente da Associação Francesa de Solidariedade à Palestina, Bertrand Heilbronn, foi detido durante várias horas após uma reunião no Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, por ter organizado uma manifestação pró-palestiniana que também fora proibida.
O líder do La Francia Insoumise, Jean-Luc Mélenchon, pediu publicamente a sua libertação.
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