Seis rebeldes da oposição em Myanmar mortos após dias de confrontos

Pelo menos seis rebeldes da oposição em Myanmar (antiga Birmânia) foram mortos após dias de confrontos, disse hoje uma milícia anti-junta, enquanto o Reino Unido e os Estados Unidos condenaram a violência do exército contra civis.

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Lusa
16/05/2021 20:59 ‧ 16/05/2021 por Lusa

Mundo

Myanmar

"Seis membros da nossa organização que tentavam proteger as pessoas em Mindat atacaram [as forças da junta] e sacrificaram as suas vidas pela revolução nacional", declarou, em comunicado, a Força de Defesa de Chinland (CDF), uma milícia constituída na cidade de Mindat, que se tornou um ponto crítico de agitação no estado ocidental de Chin, no oeste de Myanmar.

Um porta-voz da CDF indicou, em declarações à agência France Presse (AFP), que 10 dos seus combatentes ficaram feridos e que cinco habitantes de Mindat foram presos pelo exército.

O país está em crise desde que os generais birmaneses derrubaram o Governo eleito de Aung San Suu Kyi em 1 de fevereiro, desencadeando uma revolta que as autoridades tentaram reprimir pela força.

Os rebeldes criaram milícias locais equipadas com armas artesanais para proteger as suas cidades contra as forças de segurança, que mataram pelo menos 790 civis, de acordo com um grupo de vigilância local.

Com os dados móveis bloqueados em todo o país, as informações sobre os conflitos demoram a ser divulgadas e a verificação no local está mais difícil, uma vez que os moradores temem represálias.

À agência de notícias AFP, o porta-voz da CDF referiu que os combatentes da milícia atearam fogo a vários camiões do exército e emboscaram as tropas de reforço, enquanto os militares atacavam a cidade com artilharia.

Os membros da CDF refugiaram-se hoje na selva, acrescentou o porta-voz.

"Mas estaremos de volta ao ataque em breve. [...] Só temos armas artesanais. Isso não foi o suficiente", revelou, acrescentando que os habitantes que permaneceram em Mindat - sob lei marcial desde quinta-feira - estavam com medo de deixar as suas casas por receio de serem alvos dos militares.

O Papa Francisco apelou hoje no Vaticano, durante uma missa em honra de Myanmar, para que o povo birmanês "mantenha a fé", assim como o fim do derramamento de sangue.

No sábado, as embaixadas dos Estados Unidos e do Reino Unido apelaram às forças de segurança para acabar com a violência nesta cidade de Myanmar, com mais de 40.000 habitantes.

"O uso de armas de guerra pelo exército contra civis, inclusive durante esta semana em Mindat, é uma nova demonstração dos extremos a que o regime está disposto a rebaixar-se para permanecer no poder", denunciou a embaixada dos Estados Unidos, numa publicação no sábado na rede social Twitter.

 A embaixada Do Reino Unido afirmou que a violência em Mindat "não pode ser justificada", indicando que "as provas de atrocidades devem ser enviadas [ao mecanismo de investigação independente das Nações Unidas para Myanmar) para que os autores possam ser responsabilizados".

O jornal do Estado "New Light of Myanmar" noticiou hoje que um tribunal militar vai ser convocado para julgar "autores de ataques terroristas" em Mindat.

De acordo com uma ONG local, pelo menos 796 pessoas foram mortas pelas forças de segurança desde 1 de fevereiro e quase quatro mil pessoas foram presas.

Leia Também: Papa apela à paz e ao fim da violência em Myanmar numa missa especial

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