Gaza. O momento antes de o edifício da AP se ter transformado em pó

O momento em que os jornalistas da Associated Press abandonaram o edifício, em Gaza, antes do bombardeamento, ficou registado em vídeo. Tiveram uma hora para sair, levando o máximo de material possível. Edifício ficou completamente destruído, deixando uma gigantesca nuvem de pó no ar.

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Notícias ao Minuto com Lusa
17/05/2021 09:20 ‧ 17/05/2021 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Médio Oriente

As forças armadas israelitas destruíram este sábado um edifício que albergava os escritórios da agência de notícias Associated Press e outras organizações jornalísticas em Gaza, num ataque à capacidade de os meios de comunicação reportarem o que se passa no território. 

O ataque, cujas razões continuam por explicar, aconteceu uma hora depois de os militares terem avisado o proprietário que iam atacar o edifício, ordenando a sua evacuação.

O momento em que os jornalistas abandonam o edifício, tentando levar o máximo de material possível, apressadamente, ficou registado em vídeo, que pode assistir na galeria acima.

O bombardeamento destruiu completamente o edifício de 12 andares que, além da AP, acolhia ainda delegações da televisão árabe Al-Jazeera e outros meios de comunicação social, deixando uma gigantesca nuvem de pó no ar.

Contactado pela AFP, o exército israelita não teve uma reação imediata às notícias.

"As bombas podem cair sobre o nosso escritório. Subimos as escadas do 11.º andar e estamos agora a olhar para o edifício de longe, rezando para que o exército acabe por recuar", colocou Fares Akram, correspondente da AP em Gaza, na sua página no Twitter, pouco antes do ataque.

Numa declaração, o presidente da AP, Gary Pruitt, mostrando-se "chocado", afirmou que foi evitada "uma terrível perda de vidas" depois de se conseguir retirar todos os trabalhadores a tempo.

"Estamos chocados e horrorizados com o facto de o exército israelita ter como alvo e destruir o edifício que alberga o escritório da AP e outros meios de comunicação em Gaza. Há muito que conhecem a localização do nosso escritório e sabiam que os jornalistas estavam lá. Fomos avisados de que o edifício seria atingido", afirmou.

Entretanto, este domingo a agência noticiosa France-Presse (AFP) anunciou ter disponibilizado as suas instalações em Gaza para acolher a congénere Associated Press (AP) e os serviços em inglês da Al-Jazeera, após a destruição do edifício. 

O exército israelita voltou a fazer dezenas de ataques na Faixa de Gaza na noite de domingo, segundo testemunhas no enclave palestiniano, enquanto grupos armados disparavam foguetes contra Israel

Durante o dia, ataques aéreos israelitas à cidade de Gaza destruíram três edifícios e mataram pelo menos 42 pessoas, segundo médicos palestinianos, naquele que foi o ataque mais mortífero da mais recente escalada de violência no Médio Oriente.

Apesar do balanço de vítimas e dos esforços internacionais de mediação para um cessar-fogo, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, assegurou que a quarta guerra com o Hamas, que governa em Gaza, irá continuar.

O Hamas também prosseguiu, lançando foguetes a partir de áreas civis em Gaza em direção a áreas civis em Israel.

Um deles atingiu uma sinagoga na cidade meridional de Ashkelon horas antes dos serviços noturnos para o feriado judeu de Shavuot, disseram os serviços de emergência israelitas.

Não foram relatados quaisquer feridos.

As hostilidades entre as duas partes escalaram repetidamente durante a última semana, marcando os piores combates no território, que alberga dois milhões de palestinianos, desde a guerra de 2014 entre Israel e o Hamas.

A mais recente onda de violência começou em Jerusalém Oriental no mês passado, quando palestinianos entraram em confrontos com a polícia em resposta às operações policiais israelitas durante o Ramadão e à ameaça de despejo de dezenas de famílias palestinianas por colonos judeus.

Um dos focos dos confrontos foi a Mesquita Al-Aqsa, um ponto de tensão frequente localizado no topo de uma colina, venerada tanto por muçulmanos como por judeus.

O Hamas começou a disparar foguetes contra Jerusalém na segunda-feira, desencadeando o assalto israelita a Gaza.

Pelo menos 188 palestinianos mortos (incluindo 55 crianças)

Pelo menos 188 palestinianos foram mortos nas centenas de ataques aéreos em Gaza, incluindo 55 crianças e 33 mulheres, e 1.230 pessoas ficaram feridas.

Oito pessoas em Israel foram mortas em alguns dos 3.100 ataques com foguetes lançados a partir de Gaza, incluindo um rapaz de 5 anos e um soldado.

O Hamas e a 'Jihad Islâmica' reconheceram que 20 combatentes foram mortos. Israel diz que o número real é muito superior e divulgou os nomes e fotos de 24 alegados operacionais que diz terem sido "eliminados".

O ataque deslocou cerca de 34.000 palestinianos das suas casas, segundo disse hoje o enviado ao Médio Oriente das Nações Unidas, Tor Wennesland, numa reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Leia Também: Aviões israelitas lançam novos ataques em Gaza

 

 

 

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