O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar japonês deu 'luz verde' para a utilização de ambas as vacinas em maiores de 18 anos, quando faltam dois meses para o arranque dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, em 23 de julho, precisando no entanto que a vacina da britânica AstraZeneca não será utilizada imediatamente, devido a preocupações com casos de trombose.
O número de vacinas autorizadas no Japão sobe assim para três, juntando-se à da Pfizer, aprovada para maiores de 16 anos e utilizada desde que o país iniciou a campanha de vacinação, em meados de fevereiro.
A vacina desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Moderna deverá começar a ser administrada a partir da próxima semana, coincidindo com o arranque de centros de vacinação em massa operados pelo Exército em Tóquio e Osaka.
O Japão tem um acordo com a Pfizer para o fornecimento de 194 milhões de doses da vacina e fez recentemente um acordo com a Moderna para receber 50 milhões de doses até setembro, o suficiente para vacinar os cerca de 110 milhões de cidadãos com mais de 16 anos.
O país também assinou um acordo com a AstraZeneca para receber 120 milhões de doses.
A campanha de vacinação no Japão está muito atrasada em relação a outros países.
Até quinta-feira, 5,5 milhões de pessoas tinham recebido pelo menos uma dose, representando 5% dos 110 milhões de habitantes com mais de 16 anos, e 4,4% do total da população, de cerca de 125,6 milhões.
O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, defendeu o aumento das injeções diárias para um milhão, com o objetivo de vacinar os maiores de 65 anos até final de julho e prosseguir com o resto da população.
No entanto, cerca de 14% dos municípios do território não acreditam que seja possível cumprir esse prazo, devido à escassez de médicos e enfermeiros para administrar as vacinas, de acordo com um inquérito governamental.
Em 13 de maio, o Sindicato Nacional de Médicos Japoneses apresentou uma petição ao Governo a pedir o cancelamento dos Jogos Olímpicos, previstos para o verão, alegando o risco elevado de propagação de novas variantes do SARS-CoV-2.
A estrutura sindical lembrou que os médicos estão a trabalhar acima das suas capacidades para fazer face à pandemia de covid-19, acusando o Governo de querer reduzir o número de profissionais de saúde disponíveis, afetando-os apenas à competição.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.419.488 mortos no mundo, resultantes de mais de 164,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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