Em declarações à BBC, Jenny Harries notou que o país apresenta atualmente "uma imagem um pouco mista", em que, em áreas como Bolton e Bedfrod, no noroeste, "[essa mutação] começa a tornar-se dominante e a ultrapassar a variante de Kent [designação local para a variante britânica], que tinha sido dominante durante os meses de Inverno".
Apesar de ter pedido precaução aos britânicos no sentido de se evitarem novos confinamentos, a responsável pela segurança sanitária manifestou crença na viabilidade do levantamento de todas as restrições impostas pela pandemia até 21 de junho - a data do calendário do governo para o desconfinamento.
Paralelamente, o professor Adam Finn, membro da Comissão Conjunta de Vacinação e Imunização do Reino Unido, disse ao mesmo canal que os cientistas acreditam que a variante indiana é, "em certa medida, mais transmissível" do que as outras, embora ainda não seja claro "exatamente quanto mais".
Adam Finn admitiu que a mutação colocou o Reino Unido "numa situação ligeiramente pior do que antes", mas defendeu que "não é um desastre".
O especialista salientou a importância de as pessoas serem vacinadas "para eliminar gradualmente a proporção da população que permanece suscetível" ao vírus.
"Podemos estar confiantes de que continuará a haver imunidade, até certo ponto, mesmo que o vírus evolua", acrescentou.
As declarações do especialista britânico surgem na sequência da divulgação de um novo estudo do organismo de saúde pública Public Health England (PHE), que concluiu que as vacinas desenvolvidas pela Pfizer/BioNTech e AstraZeneca/Universidade de Oxford contra a covid-19 são eficazes contra a variante indiana em 88% e 60%, respetivamente, após a segunda dose.
Segundo os dados anunciados no sábado pelo serviço nacional de saúde britânico, 31,5 milhões de adultos no Reino Unido já receberam a primeira dose da vacina, dos quais cerca de 18,7 milhões já têm o esquema vacinal completo com a segunda dose.
Entretanto, as pessoas entre os 32 e 33 anos já estão a ser chamadas a partir deste fim de semana pelos serviços de saúde para a sua imunização.
De acordo com estes dados, entre 08 de dezembro de 2020 e 21 de maio foram já administradas 50,2 milhões de doses de vacina.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.456.282 mortos no mundo, resultantes de mais de 166,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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