"Este dia deve ser muito bem assinalado, sobretudo na Europa. Temos uma responsabilidade própria em associarmo-nos a África neste dia porque os dois continentes são vizinhos, parceiros e indispensáveis um ao outro para que os desafios económicos, demográficos, de paz e de segurança de ambos sejam devidamente enfrentados e superados", afirmou Santos Silva.
O chefe da diplomacia portuguesa, que falava numa mensagem a propósito do Dia de África, que hoje se assinala, reafirmou a "prioridade diplomática absoluta" dada por Portugal à parceria entre a Europa e a África e recordou que as primeiras cimeiras entre a União Europeia e África se realizaram em presidências portuguesas.
"Nesta nossa presidência do Conselho da União Europeia temos avançado concretamente, substantivamente, com novas parcerias com África", referiu.
O ministro assinalou, neste contexto, a organização, em Lisboa, do fórum de investimento verde Europa/África, considerando que "deu uma nova ênfase" à necessidade de os dois continentes "cooperarem intimamente na transição verde, no investimento, no crescimento e na prosperidade assente nos novos motores do desenvolvimento".
Portugal detém desde janeiro a presidência rotativa do Conselho da União Europeia e manifestou, por diversas vezes, a disponibilidade para organizar a próxima cimeira União Europeia-África, adiada de 2020, mas, a falta até ao momento de datas para a realização do encontro, deverá inviabilizar a sua realização até ao final do mandato português, em junho.
O dia 25 de maio marca a fundação da Organização de Unidade Africana (OUA), em 1963, e foi proclamado como o Dia de África.
Este ano, a data tem como lema as "Artes, a Cultura e o Património como Alavancas para Construir a África que Queremos".
Em maio de 1963, à medida que a luta pela independência do domínio colonial ganhava força, líderes de Estados africanos independentes e representantes de movimentos de libertação reuniram-se em Adis Abeba, na Etiópia, para formar uma frente unida na luta pela independência total do continente.
Da reunião saiu a carta que criaria a primeira instituição continental pós-independência de África, a Organização de Unidade Africana (OUA), antecessora da atual União Africana.
A OUA preconizava uma África unida, livre e responsável pelo seu próprio destino.
Em 2002, a OUA foi substituída pela União Africana (UA), que reafirmou os objetivos de "uma África integrada, próspera e pacífica, impulsionada pelos seus cidadãos e representando uma força dinâmica na cena mundial".
O Dia de África foi também assinalado pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que destacou as "seis décadas de uma parceria fortalecida" com o continente.
"Os Estados Unidos (EUA) valorizam profundamente a parceria EUA-UA ao procurar reforçar as instituições democráticas, promover a paz e a segurança duradouras, impulsionar o crescimento económico, o comércio e o investimento, e promover a segurança sanitária em África e no mundo", escreveu Blinken na rede social Twitter.
O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, também no Twitter marcou a passagem dos 20 anos do nascimento da UA.
"Hoje, mais do que nunca, a nossa determinação por um amanhã melhor, de paz, unidade e prosperidade partilhada, não deve vacilar. Continua a ser a nossa maior força", escreveu numa mensagem em inglês.
"A luta continua", acrescentou em português.
A UA é constituída por 55 Estados-membros, incluindo a República Árabe Sarauí, reconhecida pela organização, e pelos países africanos de língua oficial portuguesa: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
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