Travão de emergência de teleférico estava desativado. Há três detidos
Três pessoas foram detidas pelas autoridades italianas, incluindo o proprietário da infraestrutura. Travão de emergência de teleférico estava desativado propositadamente.
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Mundo Itália
A polícia italiana deteve, esta terça-feira, três pessoas no âmbito das investigações que decorrem por causa da queda do teleférico em Stresa, Itália.
A polícia terá concluído que o travão de emergência do teleférico estaria desativado propositadamente. Os responsáveis pelo aparelho teriam desativado esta função uma vez que o teleférico apresentava algumas anomalias e o travão em causa poderia, eventualmente, causar bloqueios.
As pessoas detidas são Luigi Nerini, proprietário da empresa 'Ferrovie del Mottarone' que gere o teleférico, assim como o diretor e o chefe de operações, acusados de "homicídio múltiplo com dolo, desastre por negligência e eliminação de ferramentas".
A queda do teleférico matou 14 pessoas, incluindo cinco membros da mesma família. O único sobrevivente é Eitan Biran, um menino de cinco anos, que estará ainda internado.
A procuradora da província de Verbania, Olimpia Bossi, afirmou que os suspeitos levaram a cabo uma "ação consciente" que pôs em risco os visitantes.
Desde as primeiras inspeções que o sistema de travagem parecia alterado porque tinha sido mudada uma peça de um dos travões de emergência o que provocava o bloqueio contínuo do teleférico, um meio de transporte de pessoas que funciona por cabos.
Por isso, no domingo passado, quando o cabo de aço da cabina acidentada se rompeu, o sistema de travagem não funcionou.
Bossi explicou que a forquilha que mantém a distância entre as placas de travagem e que deve bloquear o cabo de suporte - em caso de rotura - não tinha sido retirada para "evitar interrupções e bloqueios no teleférico".
"O sistema apresentava anomalias e precisava de uma intervenção mais profunda o que obrigava a uma paragem prolongada da atividade do teleférico. Por isso decidiram não fazer a reparação", disse ainda a procuradora.
Marco Gabusi, conselheiro para o setor dos transportes da região de Piamonte, norte de Itália, reconstruiu o acidente explicando que existem dois sistemas de travagem em caso de rutura do cabo e que nenhum funcionou.
A cabina onde seguiam os passageiros e que estava a uma distância de cinco metros da estação de chegada acabou por deslizar, a uma velocidade de 100 quilómetros por hora, e depois foi projetada 54 metros indo embater contra o solo onde capotou durante mais de uma dezena de metros.
[Notícia atualizada às 08h21]
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