Corticosteroides inalatórios para a Covid? "Não há evidência suficiente"

A Agência Europeia de Medicamentos alerta a comunidade médica de que não há evidência que o uso de corticosteroides inalatórios - um fármaco usado, por exemplo, por asmáticos - traga benefícios para pacientes infetados com SARS-CoV-2. Pode, até, haver danos.

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© Piroschka Van de Wouw/Reuters

Filipa Matias Pereira
27/05/2021 15:41 ‧ 27/05/2021 por Filipa Matias Pereira

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"Não há, até à data, evidência científica suficiente de que os corticosteroides inalatórios" - usados, por exemplo, por asmáticos - sejam benéficos para doentes com Covid-19, indica, esta quinta-feira, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, sigla em Inglês). 

Pese embora a Task Force Covid-19 da EMA não tenha encontrado riscos quanto à segurança no uso desses corticosteroides inalatórios, certo é que "não pode ser excluída a possibilidade de danos em pacientes infetados com o SARS-CoV-2 que apresentem níveis normais de oxigénio". 

O trabalho dos especialistas neste domínio não se fica, no entanto, por aqui. Como dá conta o regulador europeu em comunicado, a Task Force vai continuar a estudar as evidências quanto ao uso destes fármacos (como a budesonida ou a ciclesonida) no tratamento de pacientes com Covid-19. 

Saliente-se que os corticosteroides inalatórios são habitualmente usados para tratar doenças inflamatórias no pulmão, como a asma e a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e "são necessários" mais estudos clínicos para "estabelecer os benefícios dos corticosteroides inalatórios em pessoas com COVID-19". 

Até à data, as evidências dão apenas suporte ao uso da dexametasona, um corticosteroide sistémico, em doentes Covid-19. A EMA recorda, com efeito, que em setembro de 2020, com base em dados precisos, foi aconselhado o uso da dexametasona oral ou injetável em pacientes com Covid-19 que necessitam de oxigénio suplementar. 

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