"Continuaremos a trabalhar nos próximos dois ou três dias. Mas, pessoalmente, não tenho a certeza de que as negociações terminem nesta ronda", disse Araqchí à televisão estatal iraniana, referindo-se à quinta ronda de negociações em curso em Viena.
O negociador iraniano explicou que "é possível que as delegações tenham que regressar aos seus países para novas consultas", embora "ainda não tenha sido tomada uma decisão final" sobre o assunto.
A quinta ronda de negociações para salvar o acordo nuclear de 2015 com o Irão começou na semana passada e espera-se que seja a última,já que se está a tentar encontrar condições para o regresso dos Estados Unidos aos membros, depois do abandono unilateral ordenado pelo ex-Presidente Donald Trump, em 2018.
"As negociações são muito complexas e chegámos aos principais pontos de disputa. Acreditamos que já avançámos muito", salientou Araqchí, explicando que as conversações estão no ponto em que "as divergências evidentes" estão a ser analisadas.
O Irão e as delegações dos cinco países que permanecem no acordo - Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha - iniciaram uma nova etapa de negociações no início de abril, da qual os EUA participam indiretamente.
Hoje, a delegação iraniana chefiada por Araqchí manteve um encontro com os representantes da Rússia e da China e outro com representantes dos três países europeus.
O acordo nuclear limita o programa atómico iraniano em troca do levantamento das sanções económicas, para impedir que a República Islâmica possa produzir bombas nucleares.
Os EUA, sob a nova presidência democrata de Joe Biden, querem regressar ao pacto, mas exigem que o Irão comece por cumprir as suas obrigações nucleares, enquanto Teerão pede a eliminação das sanções sem quaisquer condições.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Said Jatibzadeh, garantiu hoje que "não houve impasse nas negociações" e que "avanços significativos" foram conseguidos até agora, quando se discutem os "pontos-chave".
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