"As crianças estão entre as mais afetadas pelo conflito", lê-se no documento divulgado no dia internacional que lhes é dedicado.
"Estamos profundamente preocupados com a situação humanitária em Cabo Delgado. Neste momento, estamos a trabalhar juntamente com o Governo [moçambicano], as Nações Unidas, parceiros internacionais e locais para garantir que as pessoas afetadas pelo conflito, entre as quais crianças e mulheres, recebam o devido cuidado, apoio e proteção. Precisamos encontrar soluções de longo prazo para dar-lhes a esperança de um futuro melhor", referiu Mette Sunnergren, embaixadora sueca.
Nos últimos seis meses, a Suécia desembolsou 63 milhões de coroas (cerca de 6,2 milhões de euros) para assistência e proteção aos deslocados internos e às comunidades anfitriãs.
Cerca de metade do valor foi entregue ao Programa Alimentar Mundial (PAM), beneficiando igualmente de apoio o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Cruz Vermelha Internacional, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a organização não-governamental (ONG) Save The Children, entre outras entidades.
A ajuda sueca irá assegurar "a resposta imediata às necessidades básicas das crianças em termos de abrigo, alimentação, assistência médica e medicamentosa e terá especial enfoque na proteção da criança e na violência baseada no género", refere-se no comunicado.
Após os recentes ataques ao distrito de Palma, cinco milhões de dólares (cerca de quatro milhões de euros) foram alocados ao Fundo Central de Resposta a Emergências das Nações Unidas (CERF), fazendo da Suécia "o maior doador", daquele fundo, destaca a presença diplomática em Maputo.
Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, com alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.800 mortes segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 714.000 deslocados de acordo com o Governo moçambicano.
O número de deslocados aumentou com o ataque contra a vila de Palma em 24 de março, uma incursão que provocou dezenas de mortos e feridos, sem balanço oficial anunciado.
As autoridades moçambicanas anunciaram controlar a vila, mas aquele ataque levou a petrolífera Total a abandonar por tempo indeterminado o recinto do empreendimento que tinha início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico na próxima década.