Na segunda-feira, Andrei Pivovarov, líder do movimento Rússia Aberta, que se dissolveu na semana passada, foi retirado do avião em que se preparava para levantar voo com destino a Varsóvia.
Pivovarov foi levado hoje para Krasnodar, sul da Rússia no âmbito de um processo-crime que lhe foi recentemente imputado.
A casa do político da oposição Dmitry Gudkov, antigo advogado que pretendia concorrer às eleições de setembro, foi também hoje alvo de uma rusga policial.
As residências de dois associados de Gudkov também foram visadas pelas autoridades.
As ações policiais fazem parte do silenciamento propositado dos membros da oposição no sentido de evitar que venham a concorrer contra o partido no poder nas legislativas de setembro.
Na semana passada, Pivovarov anunciou o encerramento do movimento que fundou para proteger os membros de perseguições por parte das autoridades que os consideram "indesejáveis".
O Governo já ilegalizou mais de 30 organizações com recurso a uma lei de 2015 que acusa de "indesejáveis" membros de grupos políticos e que podem ser alvo de processos-crime.
Numa mensagem transmitida pelos advogados de defesa e difundida hoje pela rede social Instagram, Pivovarov diz que "não há motivos para contentamentos", mas que "não se sente desanimado".
"Existe um plano para colocar na prisão todas as pessoas que têm pontos de vista diferentes, mas essas pessoas já são a maioria", acrescenta Pivovarov na mesma mensagem.
Os advogados de defesa dizem que as acusações contra a organização de Pivovarov foram imputadas após a dissolução do organismo que foi agora considerado "indesejável".
O organismo Rússia Aberta é financiado pelo magnata Mikhail Khodorkovsky, que reside em Londres depois de ter cumprido mais de dez anos de prisão na Rússia por ter enfrentado o presidente Vladimir Putin.
Em março, a polícia deteve 200 participantes de um fórum de âmbito autárquico que tinha sido organizado pelo Rússia Aberta.
Outro dos alvos foi Alexei Navalny, preso em janeiro no dia em que regressava ao país depois de tratamentos médicos na Alemanha por ter sido envenenado em 2020.
Navalny foi colocado em regime de prisão efetiva e vai cumprir uma pena de mais de dois anos de prisão por acusações de fraude que já tinham sido julgadas em 2014.
Entretanto, a Câmara Baixa do Parlamento russo aprovou uma lei que impede de concorrer a eleições todos os membros, financiadores e apoiantes de "grupos extremistas".
Esta medida vai afastar os oposicionistas das próximas eleições parlamentares.