A ordem reverte um programa de perfuração aprovado pelo governo de Donald Trump e reativa uma luta política por uma região remota dos EUA que alberga, além de ursos polares e outros animais selvagens, uma grande reserva de petróleo.
A ordem do Departamento do Interior acontece no seguimento de uma moratória temporária sobre as atividades de exploração de petróleo e gás imposta pelo presidente Joe Biden no seu primeiro dia de mandato.
Em 20 de janeiro, o atual presidente dos EUA sugeriu que é necessário um novo estudo de impacto ambiental para resolver possíveis falhas legais no programa de perfurações da administração de Trump, promulgado pelo Congresso ao abrigo de uma lei de 2017.
O Departamento do Interior "identificou defeitos no registo de decisão subjacente às explorações, incluindo a falta de análise de um conjunto considerável de alternativas" exigidas pela Lei de Política Ambiental Nacional.
O refúgio, de 19,6 milhões de acres (mais de 79 milhões de quilómetros quadrados), é habitat natural de ursos polares, renas, corujas da neve e outros animais selvagens, incluindo aves migratórias de seis continentes.
Há vários anos que as administrações Republicanas e a indústria do petróleo tentam explorar o refúgio, rico em petróleo, mas considerado sagrado pelos indígenas Gwich'in, enquanto os Democratas e algumas tribos nativas do Alasca procuram preservá-lo a todo o custo.
Em 1995, o antigo presidente dos EUA, Bill Clinton, vetou uma plano do Partido Republicano para permitir perfurações no refúgio e os dois partidos têm, desde então, lutado pela região.
Em 06 de janeiro deste ano, duas semanas antes da tomada de posse de Joe Biden, o Departamento do Interior cedeu o direito de exploração da planície costeira do refúgio e, uma semana depois, assinou contratos de exploração para nove áreas, num total de 1.770 quilómetros quadrados.
No entanto, a celebração dos contratos de exploração não foi anunciada publicamente até 19 de janeiro, último dia do mandato de Donald Trump.
Biden opôs-se às perfurações na região e os grupos ambientalistas têm pressionado para a implementação de proteções permanentes, também defendidas por Biden durante a campanha eleitoral.
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