Tribunal Especial para o Líbano pode encerrar por falta de financiamento

O Tribunal Especial para o Líbano, destinado a julgar os acusados pelo ataque que matou o ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri e 21 outras pessoas em Beirute em 2005, pode fechar por falta de financiamento.

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Lusa
02/06/2021 13:56 ‧ 02/06/2021 por Lusa

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Líbano

"O Tribunal Especial para o Líbano lamenta anunciar que está a enfrentar uma crise financeira sem precedentes", disse o tribunal, num comunicado, enquanto o Líbano passa por uma das mais graves crises financeiras em todo o mundo, de acordo com dados do Banco Mundial.

"Sem financiamento imediato, o Tribunal não poderá continuar as suas atividades após julho de 2021, o que terá um impacto na sua capacidade para cumprir o seu mandato", alerta o comunicado.

Criado após uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, o tribunal, com sede nos Países Baixos, condenou a pena perpétua - em 18 de agosto de 2020, à revelia - um alegado membro do movimento pró-iraniano Hezbollah, Salim Ayyash, por "homicídio premeditado", tendo absolvido os outros três réus.

Este primeiro julgamento encontra-se atualmente em fase de recurso.

Rafic Hariri, que era primeiro-ministro libanês até à renúncia em outubro de 2004, foi morto em fevereiro de 2005, quando um homem-bomba fez explodir uma carrinha que circulava em Beirute, matando outras 21 pessoas e provocando 226 feridos.

Num caso separado, o Tribunal Especial para o Líbano deverá iniciar um outro julgamento contra Salim Ayyash no final de junho, por três ataques a políticos.

"Apesar de uma redução significativa de pessoal e de custos para todas as suas operações, por falta de financiamento, o Tribunal será forçado a fechar as suas portas nos próximos meses, o que significa que casos importantes não serão concluídos, com prejuízo para as vítimas, a luta contra a impunidade e o Estado de Direito", disse o secretário do tribunal, David Tolbert, citado no comunicado.

O Tribunal Especial para o Líbano disse que já informou o secretário-geral da ONU, António Guterres, da situação financeira do tribunal, que está muito dependente de contribuições voluntárias de países doadores.

Leia Também: Crise económica do Líbano poderá ser das mais graves no mundo em 150 anos

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