Tendo como pano de fundo a crise em torno da Bielorrússia, o Ministério dos Transportes alemão indicou, num comunicado, que a autoridade da aviação russa "não autorizou a tempo" dois voos previstos para hoje de manhã com destino à Rússia, que tiveram de ser anulados.
"Devido à prática da reciprocidade, [a Alemanha] não concedeu autorizações" para os voos de companhias aéreas russas, o que levou ao cancelamento das rotas operadas pela Aeroflot e pela S7.
"Assim que forem concedidas as autorizações para os voos da Lufthansa, também serão autorizados os voos de companhias russas", acrescentou o ministério.
A companhia aérea Lufthansa, questionada pela agência noticiosa France-Presse (AFP), espera que "outros voos de passageiros para a Rússia programados para junho sejam rapidamente autorizados".
Nem o ministério nem a transportadora avançaram pormenores sobre os motivos do bloqueio no que diz respeito à emissão da autorização por parte de Moscovo.
Na semana passada, dois voos da Air France e um da austríaca Austrian Airlines, subsidiária da Lufthansa, foram cancelados por falta de autorização da Rússia para um reencaminhamento, para evitar o espaço aéreo bielorrusso.
As principais companhias aéreas europeias passaram a contornar o espaço aéreo da ex-república soviética desde que um avião da Ryanair, que fazia a ligação entre Atenas e Vílnius, foi intercetado e forçado a aterrar em Minsk, onde um opositor ao regime do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, foi forçado a desembarcar e, depois, preso.
Os cancelamentos de voos da Air France foram devidos exclusivamente a "problemas técnicos", garantiu um porta-voz do Kremlin.
"[Os voos entre a Europa e a Rússia] têm autorização para utilizar pistas definidas. Se uma empresa pretende alterar estas rotas, tem de haver um acordo prévio entre a empresa em causa e a Rússia", explicou o órgão europeu de monitorização do tráfego aéreo Eurocontrol.
Leia Também: Alemanha com 4.917 novos casos e 179 mortos. Incidência a subir