Mikhail Biriukov afirmou que Gudkov, 41 anos, detido por alegadamente não ter pagado uma dívida, crime de abuso de confiança passível de uma pena de cinco anos de prisão, foi libertado sem que, até ao momento, tenha sido incriminado.
Após a detenção, Guenadi Gudkov, pai do ex-deputado, também ele antigo parlamentar, afirmou que as perseguições em curso no país visam "limpar a cena política antes do anúncio das candidaturas a deputados" e para "amordaçar todos os críticos do poder".
A detenção de Dmitri Gudkov aconteceu um dia depois da de Andrei Pivovarov, antigo diretor da organização Open Rússia, fundada pelo crítico do Kremlin Mikhail Khodorkovski.
Pivovarov, 39 anos, foi retirado de um avião que se preparava para descolar do aeroporto de São Petersburgo com destino a Varsóvia, sendo acusado de "participação nas atividades de uma ONG [Organização Não Governamental] estrangeira reconhecida como indesejável", crime passível de seis anos de prisão.
Os opositores do presidente russo, Vladimir Putin, denunciaram a determinação do Kremlin de "fazer uma limpeza" antes das legislativas de 19 de setembro, numa altura em que o partido no poder, Rússia Unida, recua nas sondagens, face à estagnação económica e aos escândalos de corrupção.