Juiz federal anula proibição de armas de assalto na Califórnia

Um juiz federal eliminou na sexta-feira a proibição de armas de assalto na Califórnia, uma decisão prontamente condenada pelo governador do Estado, Gavin Newsom, no meio de um aumento nos homicídios relacionados com armas de fogo nos Estados Unidos.

Notícia

© Getty Images

Lusa
05/06/2021 09:58 ‧ 05/06/2021 por Lusa

Mundo

Estados Unidos

Em sua decisão de 94 páginas, o juiz federal Roger T. Benitez considerou inconstitucional a proibição de armas de assalto (que existia desde 1989), defendendo o direito dos norte-americanos de possuir armas semiautomáticas.

"Como o canivete suíço, a popular arma semiautomática AR-15 pode ser usada perfeitamente tanto para defender o seu domicílio como o seu país", argumentou.

"Armas e munições nas mãos de criminosos, tiranos e terroristas são perigosas. É melhor deixá-las nas mãos de cidadãos responsáveis e cumpridores da lei", disse o juiz.

Benitez disse que daria ao Estado da Califórnia 30 dias para recorrer da sua decisão, que o governador Newson prometeu contestar, considerando-a uma "ameaça direta à segurança pública".

"Não vamos desistir dessa luta e continuaremos a lutar por leis de armas que vão no caminho certo e salvam vidas", disse Newson num comunicado.

O anúncio foi feito após o aumento da violência nos Estados Unidos e depois de um funcionário de uma empresa de transportes públicos ter matado oito pessoas nas instalações da sua empresa na Califórnia há pouco mais de uma semana.

Uma busca esta semana na casa do atirador -- que acabou por se suicidar, segundo a polícia - encontrou 12 armas de fogo, 22.000 munições e 'cocktails' molotov.

Tiroteios em massa ocorreram recentemente na Florida, Indiana, Califórnia, Colorado e Geórgia. Um surto de violência descrito pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, como "epidemia".

No outono, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos deve considerar um recurso do poderoso 'lobby' de armas NRA contra uma lei de Nova Iorque que restringe o porte de armas fora de casa.

Será a primeira vez em mais de uma década que o mais alto tribunal do país irá considerar um caso importante envolvendo a Segunda Emenda à Constituição.

Esta emenda, que está sujeita a interpretações divergentes, afirma que "sendo necessária uma milícia bem organizada para a segurança de um Estado livre, não será violado o direito do povo de possuir e portar armas".

Para os adeptos das armas de fogo, a emenda garante o direito ao porte de armas de todos os cidadãos.

Outros, no entanto, consideram que os autores da Constituição quiseram apenas proteger o direito de posse e uso de armas no âmbito de uma força de manutenção da ordem, como o exército ou a polícia.

Nos Estados Unidos, a pandemia do novo coronavírus certamente reduziu a violência no trabalho - cidadãos ficando em casa - mas as vendas de armas de fogo explodiram.

Leia Também: Calexit? "Está na altura de a Califórnia ser um país independente"

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas