Covid-19: China promete mais ajuda aos países do sudeste asiático

A China prometeu hoje prestar mais assistência aos países do Sudeste Asiático no combate à pandemia da covid-19, numa altura de acirrada competição com os Estados Unidos por influência regional.

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Lusa
08/06/2021 11:15 ‧ 08/06/2021 por Lusa

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Pandemia

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, disse aos seus homólogos da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que a China já entregou 100 milhões de doses das vacinas e equipamento de proteção médica contra o coronavírus aos dez países da região.

Wang comparou o desafio a crises económicas anteriores, ao surto da SARS, em 2003, e ao tsunami no Oceano Índico, de 2004, dizendo que todos foram enfrentados com "ações práticas, decorrentes de sentimentos de preocupação fraternal e do cuidado de vizinhos vigilantes".

"No processo de superação conjunta de desafios, aprofundamos a amizade, a confiança mútua e os interesses comuns", disse Wang aos ministros, reunidos na cidade de Chongqing, no sudoeste da China, para as reuniões que marcam o 30.º aniversário das relações formais entre a China e a ASEAN.

Wang disse que os dois lados deveriam explorar o estabelecimento de um painel de especialistas para fortalecer a cooperação em todo o processo de vacinação, desde a pesquisa ao uso, e trabalhar para construir centros de produção e distribuição para ajudar a tornar as vacinas acessíveis na região.

A China vai "implementar urgentemente" a Iniciativa de Cooperação de Saúde Pública China - ASEAN, continuar a apoiar a Reserva de Equipamento Médico de Emergência da ASEAN e fortalecer a capacidade regional em saúde pública, disse.

"A China trabalhará com a ASEAN para superar o surto o mais depressa possível", notou.

Pequim está a construir influência entre os 10 países que compõem a Associação das Nações do Sudeste Asiático, apesar dos atritos com alguns deles sobre reivindicações territoriais no Mar do Sul da China.

As Filipinas reclamaram repetidamente da presença de barcos chineses ancorados num recife que reclama como seu e a Malásia protestou, na semana passada, contra a intrusão de 16 aeronaves militares chinesas no seu espaço aéreo, designando o incidente de "séria ameaça à soberania nacional e à segurança do tráfego aéreo".

No entanto, o peso económico e diplomático chinês tem ajudado a superar essas preocupações, enquanto o bloco não consegue formar uma posição unificada face à oposição dos aliados chineses no seu interior, sobretudo o Camboja.

Os EUA, que mantêm uma presença naval ativa no Mar do Sul da China e fortes relações com a região, expressaram preocupação com a presença crescente da China, particularmente o seu impacto sobre a segurança e a influência política de Pequim sobre democracias frágeis.

Durante uma reunião com o primeiro-ministro cambojano, Hun Sen, na semana passada, a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, apontou a construção de novas instalações na Base Naval de Ream pela China e exortou a liderança do Camboja a manter uma política externa independente e equilibrada, "no melhor interesse do povo cambojano".

A China, porém, considera a presença naval dos EUA a maior ameaça à segurança na região, particularmente a sua insistência em navegar perto do território chinês, no que Washington denomina de operações de liberdade de navegação.

Pequim também se opõe fortemente ao reforço das relações entre os EUA e Taiwan, a ilha autónoma reivindicada pela China.

Washington enviou uma forte mensagem de apoio no domingo, quando três senadores voaram para Taipé, num avião de transporte da Força Aérea, para anunciar que os EUA vão fornecer a Taiwan 750.000 doses da vacina contra a covid-19, depois de a ilha ter reclamado que a China está a atrapalhar os seus esforços para garantir vacinas.

A senadora democrata Tammy Duckworth, de Illinois, que fez uma escala de três horas em Taiwan com o colega democrata Christopher Coons, de Delaware, e o republicano Dan Sullivan do Alasca, disse que sua visita ressalta o apoio bipartidário dos EUA à ilha democrática.

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