Desde que sobreviveu a um atentado dos talibãs quando tinha 15 anos, num distrito rural do noroeste do Paquistão, a jovem Malala, entretanto licenciada em Oxford, tornou-se um ícone da promoção da educação das meninas.
Mas, numa recente entrevista à revista Vogue, Malala reacendeu as críticas no seu país, onde é uma personalidade controversa, ao responder a uma pergunta sobre a necessidade de legalizar a união dos casais.
"Porque é que temos de assinar papeis de casamento para ter uma pessoa na nossa vida? Porque não assumir simplesmente uma parceria?", questionou.
Malala Yousafzai será a capa de julho da edição britânica da revista Vogue.
A declaração de Malala foi discutida no parlamento da sua província natal de Khyber Pakhtunkhwa, que considerou que os seus comentários ofendem o Islão.
"Malala sonha tornar-se primeira-ministra deste país, mas ela promove a obscenidade", disse o religioso Sardar Ali aos estudantes de um pequeno seminário local em Lakki Marwat (norte) na semana passada.
O religioso acrescentou que gostaria de a fazer explodir num atentado suicida se ela regressasse ao país.
O responsável da polícia Wasim Sajjad disse à AFP que o homem foi acusado de ter proferido ameaças e de fazer um discurso de ódio e de incitação ao terrorismo.
A detenção foi confirmada por outro responsável da polícia, Muhammad Imran.
Admirada no mundo inteiro, Malala Yousafzai é regularmente criticada no seu próprio país, onde os detratores consideram que dá uma má imagem do Paquistão.
No ano passado, Malala dirigiu-se ao primeiro-ministro Imran Khan na rede social Twitter após um dos autores do ataque que a visou ter conseguido escapar da prisão.
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