Bolsonaro diz que infeção é mais eficaz do que vacina contra a Covid-19

O Presidente brasileiro afirmou na quinta-feira, perante milhares de espetadores, que a infeção pelo novo coronavírus confere uma imunização mais eficaz do que a vacina e que "todos os que contraíram o vírus estão vacinados".

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© Andre Borges/NurPhoto via Getty Images

Lusa
18/06/2021 06:52 ‧ 18/06/2021 por Lusa

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"Eu já me considero - eu não me considero não, eu estou - vacinado, entre aspas. Todos os que contraíram o vírus estão vacinados, até de forma mais eficaz do que [com] a própria vacina. Então, quem contraiu o vírus, não se discute, esse está imunizado", afirmou Jair Bolsonaro, durante a sua habitual transmissão em direto em vídeo na rede social Facebook.

Bolsonaro, um dos chefes de Estado mais céticos em relação à gravidade da pandemia, chegou a criticar publicamente vacinas contra a doença.

Na sua transmissão em vídeo, o Presidente, que chegou a classificar a covid-19 de "gripezinha", voltou a criticar o uso obrigatório de máscara para conter a propagação do vírus e afirmou que a utilização do equipamento de proteção dentro de veículos fechados pode causar acidentes.

"Tem médico aqui? O CO2 não leva ao sono? Não ajuda você ficar com sono? É que o cara [cidadão] está com a máscara, carro fechado, ele respirando ali, vai ter uma oxigenação menor no seu corpo, não precisa ser médico para dizer isso aí. Isso pode levar a acidentes", avaliou o mandatário, sem fornecer qualquer prova ou estudo sobre o tema.

"Recomendei um estudo para o ministro Queiroga, da Saúde, para desobrigar a usar máscara quem, por ventura, já tenha sido infetado ou vacinado. Quem está contra (essa medida) é negacionista, porque não acredita na vacina", sustentou.

Bolsonaro, que já foi infetado pela covid-19, não costuma usar máscara em eventos públicos, embora isso acarrete multas, como já aconteceu em algumas regiões.

Além disso, o Presidente, que também se opõe ao isolamento social para controlar a disseminação do vírus, tem criticado o uso de máscara praticamente desde o início da pandemia.

No final de fevereiro, Bolsonaro causou polémica ao dizer que as máscaras de prevenção contra a covid-19 causam "efeitos colaterais".

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o "uso generalizado de máscaras" como parte de uma estratégia abrangente para suprimir a transmissão do novo coronavírus.

Na quinta-feira, Jair Bolsonaro voltou a defender a ampliação do armamento no Brasil e relacionou essa proposta com a desobrigação do uso de máscaras contra a covid-19.

"Enquanto eu for Presidente, nós vamos lutar para que o cidadão de bem tenha armas e seja desobrigado de usar mascaras", reforçou, num momento em que especialistas preveem uma terceira vaga da pandemia no país.

"Eu não durmo sem uma arma do lado. (...) Arma é vida", defendeu.

O Brasil continua a ser um dos países mais afetados do mundo pela pandemia, totalizando 496.004 óbitos e 17,7 milhões de infeções.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.835.238 mortos no mundo, resultantes de mais de 176,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Leia Também: Covid-19: Macau regista 53.º caso importado em turista oriundo de Taiwan

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