Refugiados. Líder do ACNUR defende inclusão social dos migrantes

O alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, defendeu hoje, durante uma visita à Colômbia, a inclusão social dos migrantes, política que definiu como "a forma moderna de proteção internacional".

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Lusa
18/06/2021 18:47 ‧ 18/06/2021 por Lusa

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"O tema do Dia Mundial dos Refugiados (que se assinala no próximo domingo) é a inclusão, que é muito importante: inclusão das crianças nas escolas, possibilidade de emprego para imigrantes e refugiados", sublinhou Grandi num colóquio com o diretor de Fronteiras do Governo colombiano, Lucas Gómez.

Nesse sentido, o dirigente do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) destacou a decisão do Presidente colombiano, Iván Duque, de criar o Estatuto de Proteção Temporária para os migrantes da Venezuela, que beneficiará cerca de dois milhões de cidadãos venezuelanos que entraram na Colômbia fugindo à crise no seu país.

"Temos de falar disto como um exemplo, não apenas para a região, mas como um exemplo global, porque temos este desafio da integração em todos os pontos do mundo, de dar visibilidade a situação", afirmou.

Grandi celebrou também o anúncio do Presidente do Equador, Guillermo Lasso, de que o país "vai criar uma forma de proteção temporária" para os venezuelanos que se encontram no seu território, e outra iniciativa semelhante do Presidente do Peru, Francisco Sagasti, medidas que atribuiu ao que designou como "efeito Colômbia".

Segundo dados do ACNUR hoje divulgados, o número de refugiados e deslocados internos em todo o mundo continuou a crescer em 2020, até alcançar um recorde de 82,4 milhões de pessoas.

Os venezuelanos migrantes são, segundo o mesmo organismo internacional, cerca de 4,9 milhões de pessoas, 1,7 milhões dos quais estão na Colômbia.

"Na Colômbia, está em curso um projeto que é o mais avançado na área de proteção internacional, os colombianos estão fortemente empenhados", indicou.

O Alto-Comissário emitiu um sinal de reconhecimento aos habitantes deste país "que, apesar da situação difícil da Colômbia, não só abriram as suas portas a pessoas em fuga de uma situação difícil, como o fazem de uma forma tão construtiva".

Grandi sublinhou também a importância de "os venezuelanos que se encontram na Colômbia respeitarem a lei e participarem positivamente na vida da sociedade colombiana".

"Têm direitos humanos como migrantes, mas também obrigações de respeito da lei e da vida social", afirmou.

O responsável do ACNUR iniciou hoje uma visita à Colômbia que inclui celebrações do Dia Mundial dos Refugiados, após as quais viajará para Quito, no domingo à tarde.

Leia Também: ACNUR "seriamente preocupado" com segurança dos civis em Cabo Delgado

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