Instabilidade na Nicarágua levam México e Argentina a chamar embaixadores
O México e a Argentina chamaram hoje, "para consultas", os respetivos embaixadores na Nicarágua pelas "preocupantes ações políticas e judiciais" do Governo de Daniel Ortega, sem, contudo, as condenar.
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Mundo Nicarágua
Num comunicado conjunto, os governos da Cidade do México e de Buenos Aires adiantaram que instruíram os embaixadores mexicano, Gustavo Alonso Cabrera, e argentino, Mateo Daniel Capitanich, para regressarem às respetivas capitais para "consultas" sobre as ações realizadas nos últimos dias pelo Governo nicaraguense.
"Puseram em risco a integridade e a liberdade de várias figuras da oposição, incluindo pré-candidatos presidenciais, ativistas e empresários nicaraguenses", lê-se na nota conjunta.
A Nicarágua somou hoje a quinta prisão de um candidato presidencial da oposição, com a detenção do empresário da comunicação social Miguel Mora, a menos de cinco meses das eleições gerais, em que o Presidente Ortega procura a reeleição.
Os candidatos presidenciais têm sido detidos no meio de uma onda de prisões de líderes da oposição, que inclui dois ex-vice-chefes da diplomacia, dois ex-guerrilheiros sandinistas dissidentes, um ex-líder empresarial, um banqueiro, quatro ativistas e dois ex-trabalhadores de organizações não-governamentais,
O México e a Argentina expressaram "preocupação", mas recusaram-se a seguir uma resolução aprovada a 15 deste mês por 26 países da Organização dos Estados Americanos (OEA) para condenar a perseguição de opositores, com o argumento de "não interferência nos assuntos internos".
No comunicado, os dois governos de esquerda prometeram que permanecerão atentos à evolução dos acontecimentos relacionados com a Nicarágua.
"E continuarão a promover de forma inequívoca o pleno respeito e promoção dos direitos humanos, das liberdades civis e políticas e da expressão de todas as pessoas, independentemente da sua nacionalidade e/ou profissão", sustentaram.
Nas eleições de 07 de novembro próximo, Ortega terá em jogo 42 anos de primazia quase absoluta sobre a política nicaraguense.
Caso conquiste a terceira reeleição consecutiva, o sandinista garante o quarto mandato de cinco anos e um segundo com a sua mulher, Rosario Murillo, como vice-Presidente.
Apesar das críticas internacionais, o México e a Argentina reiteraram "total disposição" para "colaborar de forma construtiva na promoção do diálogo".
"Que sejam os próprios nicaraguenses que superem esta situação, mas de forma pacífica", pediram os dois governos.
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