Num comunicado, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da República Checa, Martin Smolek, entregou ao embaixador russo, Aleksandr Zmeyevsky, uma nota diplomática "a invocar, segundo o Direito Internacional, a responsabilidade da Federação Russa pelo envolvimento nas explosões no depósito de munições em Vrbetice (no leste do país e próximo da fronteira com a Eslováquia] em 2014".
A 17 de abril deste ano, as autoridades checas indicaram que dispõem de provas que apontam para a participação de dois agentes da agência de espionagem militar da Rússia na explosão do paiol, que provocou a morte a duas pessoas, o que Moscovo negou.
Em 2018, os mesmos dois russos foram acusados pelas autoridades britânicas, à revelia, de terem tentado matar o ex-espião russo Sergei Skripal e a sua filha com o gás nervoso da era soviética Novichok na cidade inglesa de Salisbúria, no sul de Inglaterra.
As acusações deram origem a uma grave crise diplomática entre a República Checa e a Rússia, com dezenas de diplomatas a serem obrigados a deixar as respetivas embaixadas.
Ao mesmo tempo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros checo solicitou à Rússia a revogação de uma decisão, tomada em maio passado, de incluir a República Checa na lista de países envolvidos em "ações hostis", ao lado de nações como os Estados Unidos.
Esta mudança limita a contratação de funcionários para as operações da embaixada.
O embaixador russo foi informado que tal constitui uma "violação do Direito Internacional", especificamente da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e do Tratado entre a República Checa e a Federação Russa sobre Relações de Amizade e de Cooperação.
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