Segundo um acordo anunciado pelos colonos e confirmado pelo Ministério do Interior israelita, a população deve deixar Eviatar nos próximos dias, mas as casas móveis permanecerão no local e serão ocupadas pelo exército, enquanto o Ministério da Defesa analisa os direitos de propriedade dos terrenos.
Desde maio passado que cerca de 50 famílias israelitas vivem em Eviatar, um colonato considerado "selvagem", ou seja, sem autorização oficial israelita, situado perto da cidade palestiniana de Nablus, no centro norte da Cisjordânia ocupada.
De acordo com o Direito Internacional, todos os colonatos israelitas são ilegais.
Numa primeira fase, o Ministério da Defesa israelita fará de Eviatar uma base militar e depois construirá uma 'yeshiva' (escola talmúdica), disse Yossi Dagan, presidente do conselho que administra os colonatos no norte da Cisjordânia ocupada.
Até lá, o ministério vai verificar a possibilidade legal de lá criar um colonato, acrescentou.
O acordo dos colonos com o primeiro-ministro Naftali Bennett e com os ministérios da Defesa e do Interior de Israel deixa, contudo, em aberto a possibilidade de uma "aprovação" para a construção de um colonato, acrescentou Dagan.
O Ministério do Interior israelita confirmou à agência noticiosa France-Presse (AFP) a existência do acordo, mas o gabinete do primeiro-ministro e o Ministério da Defesa ainda não o comentaram.
No início de maio passado, e após a morte de um jovem israelita às mãos de um palestiniano, a instalação de dezenas de israelitas nesta área desencadeou grandes protestos, sobretudo na cidade vizinha de Beita.
Num mês, à margem dos protestos, quatro palestinianos foram mortos em confrontos com o exército israelita.
Nos últimos dias, a população de Beita tem-se reunido à noite, a fazer barulho, ao mesmo tempo que incendeia pneus e lança fogo de artifício para incomodar os colonos e instá-los a partir.
O ex-ministro da Defesa israelita, Benny Gantz, ordenou a evacuação do colonato, decisão que seria, mais tarde, congelada por Benjamin Netanyahu, então primeiro-ministro.
Cerca de 475.000 colonos israelitas vivem na Cisjordânia, um território palestiniano ocupado desde 1967 por Israel, onde vivem 2,8 milhões de palestinianos.
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