"Vão expandir-se cada vez mais e, quando chegar a hora, a ideia é passar dos governos aos negócios, às relações entre as pessoas e a economia", disse Lapid, numa conferência de imprensa no final de uma visita de dois dias aos Emirados Árabes Unidos, a primeira de um chefe de diplomacia de Israel.
Ainda assim, Lapid reconheceu que "a política representa um fardo para todas as coisas", mas acrescentou que "está a tentar forçar as forças positivas no Médio Oriente, para tornar esta região a mais próspera e bem-sucedida".
Lapid encontrou-se hoje com o seu homólogo dos Emirados, Abdullah bin Zayed al Nahyan, com quem assinou um acordo económico e de cooperação, que "reflete o desenvolvimento das relações económicas" entre os dois países, assim como "o livre fluxo de bens e serviços", segundo a agência oficial de notícias dos Emirados, WAM.
Esta agência acrescentou que os dois ministros concordaram em formar um comité económico conjunto, liderado pelos ministérios da Economia de ambos os países, para acompanhar a implementação do acordo, com o objetivo de "remover barreiras e estimular o comércio" entre os Emirados Árabes Unidos e Israel.
Desde a assinatura dos chamados Acordos de Abraão, em setembro de 2020, os dois países assinaram vários acordos comerciais e de cooperação em vários setores e mais de 200.000 turistas israelitas viajaram para o país do Golfo Pérsico.
Lapid também inaugurou o Consulado israelita em Dubai, depois de na terça-feira ter aberto as portas, oficialmente, da Embaixada em Abu Dhabi, embora as duas missões diplomáticas estivessem ativas há vários meses.
O momento, descrito como "histórico" pelo próprio ministro, marca um passo simbólico da normalização das relações, na perspetiva de Alex Peterfreund, cofundador da Comunidade Judaica dos Emirados Árabes Unidos.
"Penso que é mais emocionante para nós do que qualquer outro evento. Finalmente, sentimos que Israel é um país como qualquer outro", disse este cidadão belga que vive nos Emirados Árabes Unidos há oito anos.
A Embaixada dos Emirados Árabes Unidos é a primeira de Israel num país do Golfo Pérsico, onde o Estado Judeu foi visto com suspeita até que ter assinado acordos com os governos dos Emirados e do Bahrein.
Lapid destacou que o seu país deseja estender os Acordos de Abraão a toda a região, embora reconhecendo as dificuldades a superar.
Questionado sobre a possível normalização das relações com a Arábia Saudita, onde estão os dois lugares mais sagrados do Islão, Lapid disse que Israel ficaria "feliz" em conversar com Riade a esse respeito.
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