Ucrânia: Líder militar russo diz que controlo de armas é coisa do passado

O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas russas, Valery Gerasimov, disse hoje que os mecanismos de controlo de armas tornaram-se "coisas do passado" e acusou os EUA de procurarem armas "mais destrutivas".

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© GRIGORY SYSOYEV/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
18/12/2024 13:12 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Em geral, a questão do controlo de armas tornou-se uma coisa do passado, uma vez que o regresso a um nível mínimo de confiança é hoje impossível, devido aos dois pesos e duas medidas do Ocidente", defendeu Geramisov em declarações citadas pela agência TASS.

 

O líder militar russo argumentou que desde 2002, os Estados Unidos rasgaram os acordos neste domínio assinados durante a Guerra Fria, devido ao "seu desejo de garantir a possibilidade de criar novos tipos de armas que considera mais destrutivas".

Gerasimov explicou que estas armas são "mísseis de médio e curto alcance" e "sistemas de defesa antimíssil para implantação na Europa e na região Ásia-Pacífico, o que provoca uma guerra estratégica de armas ofensivas".

Neste sentido, o general russo considerou que "as mudanças negativas na situação político-militar" tornaram necessário esclarecer a doutrina nuclear da Rússia para a "adaptar às novas realidades", no meio da escalada de tensões devido à guerra na Ucrânia.

"Os novos princípios da política de Estado tornaram-se um pretexto para o Ocidente lançar uma campanha de propaganda ativa, acusando a Rússia de intensificar a retórica nuclear", lamentou Geramisov.

O general russo especificou que o rearmamento das forças nucleares estratégicas implantadas em terra foi concluído com sistemas móveis, ao mesmo tempo que insistiu que o Ministério da Defesa "continua as suas atividades planeadas para reforçar as capacidades defensivas do país".

"Hoje, a taxa de armamento moderno nas forças nucleares estratégicas é de 95%", disse Gerasimov, que defendeu ainda que as Forças Armadas têm desenvolvido actividades para "melhorar a formação de pessoal e os métodos de comando e controlo".

Sobre a invasão da Ucrânia, Gerasimov estimou que o Exército ucraniano sofreu perto de um milhão de baixas, incluindo mortos e feridos, ao mesmo tempo que realçou que as tropas russas destruíram cerca de 20.000 tanques de batalha e veículos blindados.

"As perdas do inimigo desde o início da operação militar especial ascendem a quase um milhão de mortos e feridos", observou Geramisov, referindo que "também foram destruídas mais de 19.500 unidades de artilharia". .

Gerasimov referiu o facto de o Exército russo manter a iniciativa em toda a frente, apesar da "assistência colossal" recebida por Kiev através dos seus aliados, antes de salientar que durante o último ano mais de 190 cidades ucranianas foram tomadas no âmbito da a ofensiva.

O general russo disse que a Ucrânia tentou desviar as tropas de reserva do leste do país para a região de Kursk, com a sua incursão de agosto, que descreveu como "um ataque terrorista".

Gerasimov disse ainda que os países ocidentais deram mais de 350 mil milhões de dólares (cerca de 333 mil milhões de euros) em ajuda à Ucrânia desde o início da guerra, incluindo 170 mil milhões de dólares (cerca de 162 mil milhões de euros) em pacotes de ajuda militar.

O general russo reconheceu ainda que "a nível regional, as tensões estão a aumentar na Europa". 

"Sob o pretexto da suposta inevitabilidade de um conflito armado entre a NATO e a Rússia, a Aliança Atlântica, violando os seus compromissos, continua a sua política de expansão para leste, trazendo a sua infraestruturas militares e aumentando o potencial para um surto militar", concluiu Geramisov.

Leia Também: Ucrânia. Rússia já perdeu quase 800 mil soldados desde o começo da guerra

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