Medvedev promete vingança após morte de general. "Castigo inevitável"

O vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitri Medvedev, ameaçou hoje um "castigo inevitável" contra a Ucrânia pela morte do chefe das tropas de defesa radiológica, química e biológica da Rússia num atentado em Moscovo.

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Lusa
17/12/2024 15:49 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"As tentativas de intimidar o nosso povo, de travar o avanço do exército russo e de provocar o medo estão condenadas ao fracasso", afirmou Medvedev, citado pela agência espanhola Europa Press.

 

Medvedv avisou que a liderança militar e política da Ucrânia "enfrentará um castigo inevitável" pelo assassinato do tenente-general Igor Kirillov e de um seu assistente.

Kirillov foi vítima hoje de manhã de um atentado bombista em Moscovo reivindicado pelos serviços especiais ucranianos, de acordo com fontes do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) citadas pelas agências noticiosas ucranianas Ukrinform e UNIAN.

As fontes sublinharam que Kirillov "era um criminoso de guerra e um alvo completamente legítimo" e denunciaram que "deu ordens para utilizar armas químicas proibidas contra o exército ucraniano".

"O castigo para os crimes de guerra é inevitável", afirmaram as mesmas fontes do SBU não identificadas pelas agências ucranianas.

O ataque ocorreu um dia depois de o SBU ter acusado Kirillov de alegada responsabilidade na utilização de armas químicas na Ucrânia, no âmbito da invasão desencadeada em fevereiro de 2022 por ordem do Presidente Vladimir Putin.

As autoridades russas estão a investigar o ataque como um caso de terrorismo.

Medvedev, antigo presidente e primeiro-ministro da Rússia, acusou Kyiv se estar a tentar "prolongar a guerra e a morte".

"Este ataque terrorista é a morte do regime de [Stepan] Bandera", afirmou, referindo-se ao líder de extrema-direita da Organização dos Nacionalistas Ucranianos, que esteve alinhado com movimentos fascistas e nazis durante a Segunda Guerra Mundial.

Medvedev acusou que o regime ucraniano de estar "a tentar justificar a sua existência fútil perante os seus senhores ocidentais", numa referência aos aliados da Ucrânia, incluindo Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido.

"Percebendo a inevitabilidade da sua derrota militar, está a desferir golpes cobardes e vis em cidades pacíficas", criticou, de acordo com a agência noticiosa russa TASS.

Num telegrama de condolências, Medvedev disse que Kirillov "era um líder militar que se dedicava desinteressadamente" aos seus deveres e descreveu-o como "uma pessoa decente, responsável e de confiança".

O presidente da Duma (câmara baixa do parlamento federal), Vyacheslav Volodin, também reagiu ao assassinato de Kirillov e denunciou "a natureza criminosa do regime de Kyiv".

Volodin acrescentou que a Ucrânia "é um Estado terrorista liderado por um presidente ilegítimo, um nazi", em referência a Volodymyr Zelensky.

A Rússia invadiu a Ucrânia há quase três anos para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho, segundo justificou na altura Vladimir Putin.

Igor Kirillov, que morreu aos 54 anos, comandava as tropas de defesa radiológica, química e biológica desde abril de 2017.

Estas tropas são responsáveis pela luta contra os efeitos das armas nucleares, radiológicas, biológicas e químicas, geralmente conhecidas como armas de destruição maciça, e também por operações de segurança civil em caso de acidente nuclear, bacteriológico, químico ou ambiental.

Leia Também: Ucrânia reivindica ataque que matou responsável do exército russo

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