Os incêndios registados em junho aumentaram 2,6% em comparação com o mesmo período em 2020, quando a Amazónia já tinha atingido um número recorde de incêndios.
Os dados foram divulgados na mesma semana em que o Governo do Presidente Jair Bolsonaro publicou um decreto a suspender o recurso a fogo na região durante 120 dias, devido ao início da estação seca, e determinou o destacamento das Forças Armadas para combater a desflorestação e os incêndios, uma medida questionada por organizações ambientalistas.
"Infelizmente, este recorde para o mês de junho não é uma surpresa, considerando a continuidade da política ambiental e a insistência na utilização de um instrumento dispendioso com o destacamento de tropas militares, que se revelou ineficaz nos últimos dois anos", denunciou a Greenpeace, numa declaração.
Os ambientalistas advertiram que os incêndios poderão agravar-se ainda mais nos próximos meses, especialmente em agosto e setembro, com a intensificação da estação seca na região.
Os incêndios na floresta tropical brasileira atingiram recordes históricos durante o mandato de Bolsonaro, cuja política ambiental tem sido duramente criticada por organizações ambientalistas e mesmo por países estrangeiros.
A deterioração da Amazónia aumentou a pressão sobre o Governo e levou um grupo importante de fundos de investimento mundiais a ameaçar retirar capital se a luta contra a desflorestação não for reforçada.
A política do Governo de Bolsonaro também pôs em causa o progresso do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) depois de a França ter anunciado a rejeição do tratado, alegando problemas ambientais.
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