Votaram a favor da lei 325 deputados, num parlamento que tem um total de 450, indicou a agência ucraniana Unian.
A lei estipula que os povos indígenas da Ucrânia são as comunidades étnicas formadas no país, portadoras de uma língua e de uma cultura distintas e que "não contam com uma formação estatal própria" no estrangeiro.
Segundo esta definição, etnias como os tártaros da Crimeia, os krymchaks e os caraítas são indígenas da Ucrânia, mas os russos -- a maior minoria étnica do país, cerca de 17% do total da população -- não podem ser considerados como tal, por existir um Estado russo.
A Rússia criticou abertamente esta lei desde que ela foi apresentada na Rada Suprema pelo chefe de Estado ucraniano, argumentando que ela poderia pôr em desvantagem os russos residentes na Ucrânia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, chegou mesmo a classificar a lei como uma "arma de extermínio em massa" e descreveu-a como "um duro revés" para milhões de pessoas que se consideram russas no país vizinho.
Na sua opinião, dividir os ucranianos em categorias "é repugnante e recorda a teoria e a prática da Alemanha nazi".
Questionou-se ainda sobre "o que fazer com os que têm sangue misto", referindo-se a quem tem progenitores de diferente origem étnica, como é o caso do próprio Zelensky, que tem raízes judaicas.
A lei dos povos autóctones, segundo as autoridades ucranianas, pretende proteger as minorias étnicas "de qualquer ação destinada a privá-las da sua identidade étnica e integridade como povos indígenas".
Visa ainda impedir que sejam despojadas dos seus valores culturais, expulsas ou transferidas dos seus lugares de residência e que sejam assimiladas ou integradas pela força.
A lei de Zelensky garantirá a estes povos os seus direitos culturais, educacionais, de idioma e informativos.
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