Em declarações à Agência Lusa, Clément Beaune afirmou que durante a presidência portuguesa, concluída na quarta-feira, "houve muito bons resultados ligados à covid-19, como a preparação do futuro", sobretudo "o certificado sanitário europeu, que foi um grande sucesso, mas também à Europa social, na cimeira do Porto, que permitiu dar um novo impulso a esta matéria".
O governante francês participou em Paris, na quinta-feira, na receção de encerramento da presidência portuguesa do Conselho da UE, que decorreu na Embaixada de Portugal em França, onde fez um balanço do semestre findo e projetou a presidência francesa, a partir de janeiro de 2022, depois da eslovena.
"Houve uma orientação política para um modelo social e económico de solidariedade, que foi defendido por Portugal e, vamos tentar, em muitos temas, continuar este trabalho", sublinhou.
"Temos o mesmo espírito de Portugal: reforçar o modelo europeu após esta crise histórica. Na parte social, ainda temos reformas importantes para terminar, como os direitos sociais dos trabalhadores das plataformas digitais", precisou.
Outras áreas de ação da França para o início de 2022 são o clima e a tributação e regulação das plataformas digitais multinacionais.
Uma coincidência de calendário vai fazer com que as eleições presidenciais francesas, que acontecem em duas voltas a 10 e 24 de abril, decorram durante o mandato da França na Europa.
O governante francês diz que a Europa não será prejudicada por isto, graças a regras na comunicação e ao facto de grande parte das reuniões mais importantes entre chefes de Estado acontecer nos primeiros três meses da presidência francesa.
"Vamos tentar ser ainda mais eficazes nos primeiros três meses, antes da eleição. Depois da eleição, teremos também várias semanas de ação. É uma presidência a 100%, um pouco particular a organizar", garantiu
Quanto às ameaças crescentes aos direitos das mulheres e direitos das comunidades LGBT em países da União Europeia, Clément Beaune promete que a França via pedir regras mais duras para sancionar países incumpridores, incluindo sanções financeiras.
"Temos agora mecanismos mais fortes para sancionar violações do Estado de Direito e na nossa presidência vamos querer reabrir este debate para ter mecanismo mais fortes, mais rápidos e financeiros, com sanções para os países que derivam dos valores da União Europeia", concluiu.
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