Lei homossexualidade. Orban chama "esclavagistas" a líderes europeus
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, classificou hoje os líderes europeus que criticaram a polémica lei húngara sobre homossexualidade como "esclavagistas", acusando-os de terem uma atitude de "Übermensch" ("super-homem" em alemão).
© Lusa
Mundo Hungria
"Há um certo ritmo esclavagista, representado por exemplo pelo primeiro-ministro holandês [Mark Rutte] como um 'Übermensch', que sabe tudo o que é melhor e considera-se moralmente superior", afirmou o primeiro-ministro durante o habitual comunicado semanal na rádio pública Kossuth.
Segundo Orban, a postura de Rutte não é a única, já que na União Europeia há outros países "com passado esclavagista" que tomaram uma posição semelhante.
O primeiro-ministro referiu-se à cimeira de líderes da UE da semana passada em Bruxelas, onde a lei húngara sobre homossexualidade foi severamente criticada e Rutte chegou a pedir a saída da Hungria da UE.
Também a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, criticou a legislação, que considerou "vergonhosa".
A polémica lei proíbe falar nas escolas sobre homossexualidade e veta também conteúdo sobre a homossexualidade ou mudança de sexo em espaços mediáticos destinados a menores.
Segundo o Governo, a lei destina-se apenas a defender os menores e não se dirige aos homossexuais.
Dezassete países, incluindo Espanha, Alemanha, Itália, França e Portugal -- que assinou após o final da presidência rotativa da UE -- escreveram uma carta a Orbán na qual criticavam a lei como discriminatória.
O Governo húngaro lançou esta semana uma nova "consulta nacional", não vinculativa, na qual pede a opinião da população em 14 questões, incluindo uma sobre a polémica lei.
Essas consultas, que contêm perguntas tendenciosas, costumam servir para que o Governo justifique as suas políticas.
"Organizações financiadas por George Soros iniciaram um amplo ataque contra a Hungria por causa da de defesa dos menores. Esta lei proíbe a propaganda de conteúdo sexual dirigida a menores nas creches e escolas, assim como nos meios a que as crianças têm acesso. Qual é a sua opinião?", questiona a pergunta e oferece duas soluções.
"É normal que a lei limite a propaganda sexual dirigida a menores" ou "a propaganda sexual dirigida a menores não é perigosa, por isso não é necessário limitá-la", são as duas respostas possíveis.
Outras questões da consulta referem-se principalmente a aspetos económicos, entre os quais o reinício da economia após a pandemia, mas também sobre a imigração.
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