O autor do ataque, que estava a usar um cinto com explosivos, fez-se explodir pelas 17:30 locais (15:30 em Lisboa) junto de um café próximo de instituições governamentais fortemente vigiadas, incluindo a sede dos serviços de informações somali.
"Houve uma explosão provocada por um bombista suicida que atingiu um café perto do cruzamento de Juba. A investigação ainda está em curso, mas as informações iniciais de que dispomos indicam que quatro pessoas foram mortas e outras oito feridas na explosão", afirmou o agente da polícia Mohamed Adan, citado pela agência France-Presse.
Segundo Abdikarim Ali, que testemunhou o rebentamento, afirmou que "o café estava cheio quando a explosão ocorreu".
"Estava por perto e corri para o local após a explosão e vi pelo menos quatro corpos sem vida espalhados nos escombros das cadeiras, mesas e outros materiais utilizados no café", acrescentou.
Suleyman Mohamud, que também testemunhou a explosão, disse que "as ambulâncias estavam a recolher mortos e feridos no local, que foi isolado pelas forças de segurança".
De acordo com fontes, o café é frequentado por membros das forças de segurança somalis.
O ataque não foi imediatamente reivindicado, mas o grupo Al-Shabab, associado à Al-Qaida e que se opõe ao Governo federal da Somália, realiza regularmente ataques contra alvos governamentais e civis em Mogadíscio.
O Al-Shabab pretende a imposição da 'sharia', tendo feito vários ataques na região e no país, assim como no vizinho Quénia.
Em 14 de outubro de 2017, o grupo fez explodir um camião na capital somali e provocou a morte a mais de 500 pessoas.
O grupo extremista reclamou ainda ter planeado um ataque a um complexo de luxo na capital do Quénia, Nairobi, que matou 21 pessoas em janeiro de 2019.
Em março do mesmo ano, pelo menos 32 pessoas morreram durante um ataque com um camião-bomba em Mogadíscio.
Mais recentemente, o grupo reivindicou a responsabilidade pela explosão, no início de março, de uma bomba num riquexó motorizado à porta de um popular restaurante na capital e que resultou na morte de 10 pessoas.
Desde 1991 que a Somália vive num estado de guerra e caos, depois do autocrata Mohamed Siad Barre ter sido deposto, deixando o país sem governo e nas mãos de milícias islâmicas e de senhores da guerra.