"Na Europa, temos este sistema de certificado digital que permite a circulação das pessoas vacinadas, as que estão protegidas. É a mensagem que temos de reter", disse Olivier Véran, ao ser questionado numa entrevista à rádio France Inter sobre as declarações proferidas na quinta-feira pelo secretário de Estado dos Assuntos Europeus de França, Clément Beaune.
"Por isso", acrescentou Véran, "as pessoas que reservaram as suas férias em Espanha, Portugal ou outro lugar não devem entrar em pânico. A partir do momento que tenham o certificado digital de saúde, estão habilitadas a viajar e obviamente que poderão circular".
O secretário de Estado dos Assuntos Europeis francês, Clément Beaune, pediu, na quinta-feira, aos cidadãos que ainda não tivessem reservado as suas férias que "evitar Portugal e Espanha como destinos" por "prudência", indicando que era melhor "ficar em França ou ir para outro país".
Posteriormente, na própria quinta-feira, Clément Beaune esclareceu que "não havia qualquer interdição de viajar" para Portugal e Espanha.
Neste esclarecimento posterior, o secretário de Estado francês disse que tinha proferido apenas "uma mensagem de prudência e de responsabilidade", justificando-se com o facto de "as autoridades sanitárias espanholas e portuguesas terem indicado, elas mesmas, que nos seus países a situação é neste momento preocupante".
Na próxima segunda-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, reúne os membros do Governo responsáveis pela gestão da pandemia para um novo Conselho de Defesa que irá rever a situação dos países quanto ao nível de risco epidémico.
Portugal e Espanha, como todos os outros países da União Europeia (UE), encontram-se na categoria "verde", o que permite viajar com o certificado digital europeu, ou seja, apresentando um documento de vacinação concluído, de que a doença foi superada há seis meses ou um teste negativo para o SARS-CoV-2.
Por outro lado, Véran constatou que a variante Delta, detetada inicialmente na Índia, está a substituir as anteriores e "provavelmente neste fim de semana" já constituirá a maioria dos casos de infeções em França, já que na quinta-feira foi responsável por cerca de 50% dos novos casos.
O ministro francês sublinhou que esta variante, mais contagiosa, está a provocar um aumento de novos casos, a uma taxa de 50% por semana, e que embora a incidência seja agora relativamente baixa, é provável que continue a aumentar.
Verán repetiu os apelos para que os franceses procurem ser vacinados. Cerca de 20% das pessoas com mais de 80 anos continuam sem imunização, assim como um quarto das pessoas em risco.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.004.99 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 185 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente feito pela agência AFP.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.135 pessoas e foram registados 899.295 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, a Índia ou a África do Sul.
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