"A crise (...) é particularmente letal devido à desconfiança generalizada em relação à junta militar", sublinhou Tom Andrews num comunicado, apelando à ajuda da comunidade internacional para estabelecer um órgão politicamente neutro para coordenar a resposta à pandemia em que "os birmaneses podem confiar".
O forte ressurgimento do vírus em todo o país, mergulhado numa profunda crise política desde o golpe de Estado militar de 01 de fevereiro, é agravado pelo colapso do sistema de saúde devido a greves contra o comando militar e à desconfiança da população em relação ao regime, responsável por centenas de mortes de civis desde que eclodiram os protestos.
A junta "carece dos recursos, capacidade e legitimidade" para controlar a crise, disse Andrews.
A resposta sanitária foi prejudicada por uma greve geral indefinida de milhares de médicos e enfermeiros, muitos deles perseguidos pela junta militar, que se recusam a trabalhar para a ditadura militar.
Para além da capacidade limitada para testar o vírus e da lenta campanha de vacinação covid-19, existe uma falta de fornecimento de oxigénio médico.
O chefe da junta militar, o general Min Aung Hlaing, negou que os tanques de oxigénio não estivessem a ser produzidos, mas hoje o jornal pró-governamental The Global New Light of Myanmar, agora controlado pelo exército, fez eco de notícias sobre a sua escassez na cidade do norte de Kalay.
A Birmânia registou 7.083 infetados e 145 mortos na quarta-feira, elevando o total desde o início da pandemia para 208.357 casos, que causaram 4.181 óbitos.
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