Estados Unidos recusam enviar tropas para o Haiti
O presidente norte-americano Joe Biden anunciou quinta-feira que os Estados Unidos vão reforçar a segurança na sua embaixada no Haiti, mas recusou estar na agenda o envio de tropas.
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Mundo Biden
O anúncio do reforço de segurança surge após o assassinato do presidente do Haiti na semana passada, mas Joe Biden garante que o envio de tropas americanas para estabilizar o país "não está na agenda", avança a agência de notícias Associated Press (AP).
Depois do assassinato do presidente Jovenel Moïse, o governo interino do Haiti pediu ajuda aos EUA e às Nações Unidas.
"Estamos apenas a enviar fuzileiros navais americanos para a nossa embaixada", disse Biden, acrescentando que "a ideia de enviar forças americanas ao Haiti não está na agenda".
O ministro do Haiti Mathias Pierre explicou, em entrevista à AP, que o pedido governamental de assistência militar era feito porque a força policial local "é fraca e carece de recursos".
Entretanto, um alto funcionário dos Estados Unidos, citado pela agência de notícias espanhola EFE, garantiu hoje que o país não reconhece nenhum político específico como o "legítimo presidente ou primeiro-ministro" do Haiti.
Os Estados Unidos esperam que haja um "diálogo inclusivo" que em breve formará um governo de coligação no país, acrescentou a mesma fonte que pediu o anonimato.
A declaração surge depois de o Departamento de Estado ter apontado Claude Joseph como primeiro-ministro do Haiti, porque já ocupava esse cargo antes do assassinato do presidente haitiano, Jovenel Moise.
"Temos sido muito cuidadosos em não apoiar ninguém como o legítimo presidente ou primeiro-ministro do país", disse o alto responsável durante uma conversa por telefone com um pequeno grupo de jornalista, entre os quais a EFE.
Dois dias antes de seu assassinato, Moise nomeou o ex-ministro Ariel Henry como primeiro-ministro, mas este não chegou a ser oficialmente empossado.
Após a morte de Moise, os Estados Unidos precisaram de um "interlocutor" para poder "oferecer a sua assistência na investigação" do que aconteceu, e o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, e outros funcionários contactaram Joseph, que era o primeiro-ministro antes do assassinato.
"Temos de encontrar interlocutores práticos para continuar a tentar ajudar o país, mas temos tido o cuidado de não reconhecer ninguém", explicou o responsável que pediu anonimato.
Embora a porta-voz da Casa Branca tenha evitado indicar alguém como primeiro-ministro quando questionada sobre isso, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, apontou Claude Joseph a 8 de julho.
"Ele era o titular que ocupava essa posição, ele servia como primeiro-ministro antes do assassinato do presidente Moise e continuaremos a trabalhar com Claude Joseph como tal", disse Price durante uma entrevista a vários órgãos de comunicação social e citado hoje pela EFE.
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