O advogado publicou na sua conta no Facebook uma foto de Esraa Abdel Fattah após a libertação da prisão, como fizeram na mesma rede social vários amigos da ativista.
Conhecida como uma das fundadoras do "Movimento 6 de abril", em 2008, que mobilizou milhões de egípcios durante a revolta de 2011 que afastou Hosni Mubarak, Esraa Abdel-Fattah foi detida em outubro de 2019 sob a acusação de "divulgar falsas notícias" e de "colaborar com um grupo terrorista".
Esraa Abdel-Fattah, de 43 anos, recuperou a liberdade horas depois de uma decisão não prevista do Ministério Público egípcio de a libertar, após quase 22 meses em prisão preventiva sem julgamento.
No sábado à noite, o Ministério Público também decidiu libertar o ativista Abdel Nasser Ismaïl, líder do Partido da Aliança Popular, de esquerda, detido em setembro de 2019 sob a acusação de "participar num grupo terrorista", de acordo com advogados de direitos humanos.
O jornalista egípcio e figura da oposição Gamal El-Gammal, detido no regresso da Turquia, em fevereiro, foi também libertado.
Esraa Abdel-Fattah opôs-se à Irmandade Muçulmana quando a organização islâmica radical chegou ao poder no Egito, em 2012, e apoiou os apelos à queda do regime e os protestos de 30 de junho de 2013, que levaram à saída do presidente islamista Mohamed Morsi.
Foi também detida durante a era Hosni Mubarak, após a criação do Movimento 6 de abril de 2008 e o seu apelo a uma greve dos trabalhadores na cidade do Delta do Nilo, Mahalla, no mesmo ano.
Na quinta-feira, os Estados Unidos advertiram o Egito contra ataques a ativistas dos direitos humanos e avisaram que isso seria tido em conta na negociação de venda de armas entre os dois países aliados.
Desde que o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, chegou ao poder, em 2014, as autoridades levaram a cabo uma implacável repressão contra todos os tipos de oposição, tanto islâmica como liberal.
Ao abrigo da lei egípcia, os períodos de prisão preventiva sem julgamento podem ser prolongados até dois anos.
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