Condições perigosas complicam o combate a incêndios no oeste dos EUA

Ventos erráticos e trovoadas secas estão a aumentar hoje os riscos para os bombeiros que estão a combater os incêndios que lavram nas florestas áridas do Oregon, na costa oeste dos Estados Unidos, bem como noutros estados norte-americanos.

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Lusa
19/07/2021 15:14 ‧ 19/07/2021 por Lusa

Mundo

Oregon

 

As características naturais da área agem como um funil para o vento, alimentando as chamas e tornando-as imprevisíveis, disseram as autoridades locais. 

No geral, cerca de 70 grandes incêndios estão ativos e as chamas já consumiram quase 4.297 quilómetros quadrados nos EUA, disse o National Interagency Fire Center. 

Segundo o Serviço Florestal dos EUA, só no noroeste do Pacífico, estão ativos pelo menos 16 grandes incêndios.

Os meteorologistas preveem que o estado do tempo se mantenha extremamente propício a incêndios, avançando com a possibilidade de se registarem trovoadas secas na Califórnia e no sul do Oregon. 

"Com os materiais lenhosos muito secos, qualquer tempestade tem o potencial de iniciar um novo incêndio", escreveu o Serviço Meteorológico Nacional em Sacramento, Califórnia, na rede social Twitter.

O incêndio Bootleg, um dos maiores da história moderna do Oregon, já queimou mais de 1.210 quilómetros quadrados, uma área equivalente à de toda a Los Angeles, com as equipas de combate a terem conseguido controlar apenas 25% do incêndio.

Milhares de pessoas foram obrigados a abandonar as residências, incluindo cerca de 2.000 que vivem num terreno acidentado entre lagos e refúgios de vida selvagem, e o fogo queimou pelo menos 67 casas e 100 edifícios anexos, e ameaça destruir muitos mais. 

As mudanças climáticas tornaram a zona oeste dos Estados Unidos muito mais quente e seca nos últimos 30 anos e deverá continuar a tornar o clima mais extremo, temendo-se que os incêndios florestais ocorram com maior frequência e sejam mais destruidores.

Os bombeiros indicaram que as condições meteorológicas registadas este mês são mais típicas do final do verão ou outono. 

Nuvens 'Pyrocumulus' - literalmente traduzidas como "nuvens de fogo" - complicaram no domingo os esforços de contenção do incêndio em Dixie, no norte da Califórnia, onde as chamas se espalharam para áreas remotas e terrenos íngremes, onde as equipas não conseguem chegar facilmente, adiantaram as autoridades locais, que emitiram ordens de retirada de populações das comunidades rurais na região.

Segundo as autoridades locais, o incêndio em Dixie está controlado em apenas 15%, tendo já devastado uma área de 74 quilómetros quadrados.

O incêndio está centrado a nordeste da cidade de Paradise, na Califórnia e já causou a morte de pelo menos 85 pessoas.

Na mesma região, mas a sul de Lake Tahoe, o incêndio florestal não para de ganhar dimensão, tendo obrigado também à retirada de milhares de pessoas, ao encerramento de estradas e do trilho de Pacfic Crest, impedindo ainda o acesso aos caminhos que levam a Serra Nevada.

O incêndio de Tamarack, que foi provocado por um raio a 04 deste mês, consumiu cerca de 74 quilómetros quadrados de arbustos e madeira secos na noite de domingo e está a ameaçar Markleeville, uma pequena cidade perto da fronteira entre os estados da Califórnia e do Nevada.

Perto de 800 bombeiros foram chamados domingo à noite para combater as chamas, esforços que se centram na preservação de vidas e de habitações, com o objetivo de criar linhas de contenção, indicou o Serviço Nacional de Florestas norte-americano.

Um outro incêndio nas montanhas no nordeste do Oregon cresceu mais de 48 quilómetros quadrados apenas ao longo do dia de domingo. 

O fogo começou na quinta-feira e levou à retirada de residentes de comunidades remotas em torno do rio Grande Ronde, 50 quilómetros a sudeste de Walla Walla, já no estado de Washington, com os bombeiros a indicarem terem conseguido controlar apenas 10% das chamas.

Leia Também: EUA anteveem fim de semana de fogos devido às previsões meteorológicas

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