Fotos de prateleiras vazias dominam as primeiras páginas da imprensa britânica esta manhã, ilustrando as queixas de grupos de supermercados, associação de produtores e transportadores de carne e companhias de combustível sobre a falta de mão-de-obra, que está já a afetar os seus serviços.
Os números oficiais mais recentes, divulgados pela BBC, indicam que um novo máximo de 618.903 pessoas recebeu, na semana entre 08 e 15 de julho. um alerta de que tiveram um contacto de risco através da aplicação de telemóvel do serviço público de saúde NHS em Inglaterra e País de Gales.
Esta notificação, apelidada informalmente de 'ping', estipula que a pessoa inicie um isolamento profilático de 10 dias desde o contacto, o que resultou no termo "pingdemia", que simboliza o impacto da situação na pandemia.
Nas últimas semanas, o número de casos diários de covid-19 subiu substancialmente no Reino Unido devido à variante Delta, ultrapassando os 50.000 em alguns dias, o que está a afetar vários setores económicos.
O presidente do grupo de supermercados Iceland, Richard Walker, revelou ter sido forçado a fechar algumas lojas ou a reduzir o horário de funcionamento e a contratar temporariamente 2.000 funcionários adicionais para compensar a ausência de 1.000 dos 30.000 empregados atualmente em isolamento.
Alguns postos de combustível da BP em Inglaterra também foram fechados devido à falta de motoristas para o abastecimento.
"Esta 'pingdemia' atual está a aumentar a pressão sobre a capacidade dos retalhistas para manter o horário de funcionamento e as prateleiras cheias", afirmou o diretor da federação de retalhistas British Retail Consortium, Andrew Opie, urgindo o Governo a "agir rapidamente".
O primeiro-ministro, Boris Johnson, prometeu na segunda-feira isentar alguns trabalhadores essenciais da obrigação de se isolarem por dez dias se tiverem a vacinação completa ou um teste negativo, cuja lista de profissionais abrangidos deverá ser publicada hoje.
A medida será generalizada a partir de 16 de agosto para todos os vacinados e menores.
O Reino Unido, país europeu com maior número de mortos, quase 129 mil, levantou na segunda-feira a maior parte das restrições e medidas de distanciamento social, como o uso de máscara e limites aos ajuntamentos, apesar de enfrentar uma nova vaga da pandemia causada pela variante Delta, mais contagiosa.
É também um dos países mais avançados com o plano de imunização, tendo já inoculado 88% da população adulta com pelo menos uma dose, tendo 69% já a vacinação completa.
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