"Após ofensivas contra o ADF, de 18 a 20 de julho, nas localidades de Boga e Tchabi, no território de Irumu (Ituri), o exército conseguiu libertar mais de 150 civis: mulheres, idosos, crianças e jovens", disse Jules Ngongo, porta-voz do exército em Ituri, citado pela agência France-Presse (AFP).
Em comunicado, o oficial sublinha que os reféns não são combatentes que se teriam rendido, mas sim "civis capturados que foram usados pela ADF como escudos humanos" e atualmente restituídos à liberdade.
As localidades de Boga e Tchabi situam-se a cerca de 120 km a sul de Bunia, capital da província de Ituri, onde os rebeldes das ADF alargaram a sua presença.
Cerca de 20 pessoas de Boga foram "efetivamente" libertadas após vários dias de cativeiro, "mas 16 outras pessoas ainda estão desaparecidas", disse o chefe local Rubingo Kabimba à AFP.
No final de maio, as autoridades acusaram os rebeldes da ADF de matarem pelo menos 50 civis nas aldeias de Boga e Tchabi, onde também atacaram um campo de refugiados.
Originalmente rebeldes muçulmanos de Uganda, a ADF está há quase 30 anos radicada no Leste da RDCongo, há vários anos sem não atacar a vizinha Uganda.
As ADF são o mais mortífero entre os cerca de cem grupos armados ativos no Leste do Congo, sendo acusados de massacres de civis que mataram pelo menos 6.000 pessoas desde 2013, de acordo com um relatório do episcopado congolês.
Desde abril de 2019, alguns ataques da ADF foram reivindicados pela organização 'jihadista' Estado Islâmico, que designa o grupo como parte de sua "Província da África Central" (Iscap).
Em março, os Estados Unidos colocaram a ADF na lista de "organizações terroristas" filiadas no ISIS, embora subsistam dúvidas sobre a realidade dessas supostas ligações.
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