Inquérito sobre invasão do Capitólio arranca no Congresso sob alta tensão

A comissão parlamentar encarregada de investigar a invasão do Capitólio dos Estados Unidos da América (EUA), ocorrida em janeiro deste ano, inicia os trabalhos na terça-feira, num ambiente de alta tensão bipartidária que ameaça comprometer o processo.

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Lusa
26/07/2021 23:27 ‧ 26/07/2021 por Lusa

Mundo

EUA

 

A primeira audição, que será transmitida em direto para todo o país, será marcada pelo depoimento de agentes policiais, que irão responder às perguntas dos congressistas designados, maioritariamente democratas, para esta comissão.

Segundo as agências internacionais, não é espectável que os depoimentos dos elementos das forças policiais sejam marcados por grandes revelações, mas deverão recordar a violência dos acontecimentos ocorridos no dia 06 de janeiro, que ficaram marcados pela morte de cinco pessoas e mais de uma centena de polícias agredidos por uma multidão composta por apoiantes do ex-Presidente norte-americano Donald Trump.

Nesse dia, cerca de 10 mil pessoas cercaram e várias centenas forçaram a entrada no Capitólio, sede do Congresso norte-americano (sede do poder legislativo norte-americano), quando os congressistas estavam a certificar o resultado das eleições presidenciais de novembro de 2020 e a vitória do atual Presidente, o democrata Joe Biden.

Após um "braço-de-ferro" político, esta comissão de inquérito será composta apenas por detratores do ex-Presidente Donald Trump, incluindo os únicos dois republicanos que irão sentar-se no comité: Liz Cheney e Adam Kinzinger.

Os dois representantes republicanos, reconhecidos por criticarem abertamente Donald Trump, foram selecionados diretamente pela presidente da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso), a democrata Nancy Pelosi.

Numa publicação na rede social Twitter, Adam Kinzinger prometeu que irá "trabalhar diligentemente para descobrir a verdade e responsabilizar os autores do ataque".

Para Kevin McCarthy, líder da minoria republicana da Câmara dos Representantes, a composição da comissão "não é um bom presságio para uma investigação séria" e destrói a sua "credibilidade".

Em reação, Nancy Pelosi afirmou que o próprio Kevin McCarthy tem boicotado a comissão.

"Talvez os republicanos não possam enfrentar a verdade, mas temos a responsabilidade de procurá-la e encontrá-la", declarou a líder democrata.

No domingo, Nancy Pelosi anunciou que ia nomear vários republicanos, incluindo críticos de Trump, para esta comissão.

McCarthy tinha dito, na passada quarta-feira, que nenhum dos cinco membros republicanos da Câmara que tinham sido nomeados por Pelosi aceitariam fazer parte da comissão, após a decisão da líder democrata de rejeitar a nomeação de dois elementos do partido reconhecidos como fortes defensores de Trump.

A criação desta "comissão especial" (com poder de convocar testemunhas e solicitar documentos), cujos trabalhos poderão prolongar-se até 2022, foi aprovada em final de junho, apesar dos votos contra da minoria republicana.

Os republicanos justificaram a sua decisão dizendo que as outras investigações parlamentares já em curso e o trabalho da polícia são suficientes para apurar responsabilidades sobre o ataque ao Capitólio.

 

 

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