"O Governo brasileiro celebra o reconhecimento internacional desse legado cultural, que passou a ser o 23.º elemento nacional incluído no património mundial, dentro de categoria especial chamada de paisagem cultural", segundo um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
"O feito evidencia o compromisso do país com a preservação simultânea de cultura e biodiversidade, do diálogo entre a arte e o meio ambiente, da convivência entre a engenhosidade humana e a natureza", acrescenta.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) decidiu hoje incluir o jardim tropical Sítio Roberto Burle Marx, localizado no Rio de Janeiro, Brasil, na lista do Património Mundial.
Dessa forma, o Governo liderado pelo Presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta duras críticas da comunidade internacional pela sua política ambiental, que tem gerado índices recorde de desflorestamento e os incêndios florestais na Amazónia, comemorou o reconhecimento internacional concedido pela UNESCO ao sítio Burle Marx.
A escolha, segundo o Governo brasileiro, significa a "consagração da principal obra do paisagista brasileiro [Burle Marx], agora merecidamente reconhecida pelo mundo.
Localizado na parte ocidental do Rio de Janeiro, cobre mais de 407.000 metros quadrados de área florestal e tem uma coleção de mais de 3.500 espécies de plantas tropicais e subtropicais.
Além de jardins e viveiros, existem também seis lagos e sete edifícios no local, que recebem cerca de 30.000 visitantes por ano e onde o próprio arquiteto paisagista (1909-1994) viveu desde 1973 até à sua morte.
A candidatura estava pendente desde 2020, quando a UNESCO foi obrigada a cancelar o seu evento anual devido à pandemia covid-19.
Até hoje, o Brasil tinha até 22 sítios reconhecidos na Lista do Património Mundial.
A primeira a ser incluída na lista foi a cidade histórica de Ouro Preto, em 1980, e a última, em 2019, Paraty e Ilha Grande.