Uma escolta de "elementos do exército e do Grupo de Ação Rápida para a Vigilância e Intervenção (Garsi, gendarmerie) caiu numa emboscada" na região de Boucle du Mouhoun (noroeste), declarou o ministro da Comunicação, Ousseni Tamboura.
"O balanço provisório mostra 12 soldados mortos e oito feridos", disse. Sete soldados que tinham sido dados como desaparecidos, após o ataque de domingo à tarde, foram encontrados ao amanhecer de hoje, incluindo um "ferido na coxa", mas em "condição estável", afirmou Tamboura.
A emboscada teve lugar "perto da aldeia de Dounkoun, comuna de Toeni", na província de Sourou, prosseguia a declaração.
O ministro e porta-voz do Governo condenou "fortemente este ataque bárbaro".
"Vamos continuar a travar a guerra que nos é imposta por forças obscurantistas e bárbaras no nosso país sem concessões. Uma homenagem aos nossos soldados caídos em Toeni e uma rápida recuperação dos feridos", reagiu o Presidente do Burkina Faso, Roch Marc Christian Kaboré, numa mensagem na rede social Twitter.
Uma fonte de segurança disse à agência AFP que o ataque ocorreu por volta das 15:00 (16:00 em Lisboa), dizendo que os veículos tinham sido "destruídos ou levados" durante a emboscada por "grupos jihadistas".
"Foi certamente uma retaliação pela morte de dois líderes jihadistas ativos na mesma região de Boucle du Mouhoun, que foram neutralizados no dia anterior (sábado) pelas forças armadas", disse a fonte.
Estes dois líderes jihadistas são Sidibe Ousmane ("Mouslim") e o seu formador espiritual Bandé Amadou", acrescentou a mesma fonte que foram mortos por "uma unidade especial do exército (...) na sequência de trocas de tiros entre Diamasso e Bouni, na província de Kossi", disse o governo numa declaração no domingo de manhã.
Os dois líderes jihadistas burquinenses, "autores de vários atos de intimidação e assédio da população da zona", foram "ativamente procurados" e pertenceram ao Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (GSIM), ligado à Al-Qaeda, de acordo com fontes de segurança.
O Burkina Faso tem enfrentado ataques jihadistas regulares e mortais desde 2015, particularmente nas regiões norte e leste, próximas do Mali e do Níger, que também enfrentam ações mortíferas por parte de jihadistas armados.
Estes ataques, frequentemente associados a emboscadas e atribuídos a grupos jihadistas afiliados ao Estado Islâmico (EI) e à Al-Qaeda, mataram mais de 1.500 pessoas e forçaram mais de 1,3 milhões a fugir das suas casas.
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