Londres reforça sanções um ano após eleição contestada de Lukashenko

O Reino Unido reforçou hoje as suas sanções contra a Bielorrússia, visando em particular as indústrias chave dos produtos petrolíferos e dos fertilizantes, um ano após a contestada reeleição do Presidente Alexander Lukashenko.

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Lusa
09/08/2021 14:58 ‧ 09/08/2021 por Lusa

Mundo

Bielorrússia

 

O chefe da diplomacia britânica, Dominic Raab, anunciou num comunicado novas medidas, "em resposta aos repetidos ataques à democracia e aos direitos humanos pelo regime de Lukashenko".

Fica proibida qualquer assistência técnica à frota de aviões particulares do Presidente bielorrusso e é restringido o comércio de potássio (material necessário para fertilizantes agrícolas dos quais a Bielorrússia é um importante produtor), de produtos petrolíferos e de algumas tecnologias, visando reduzir os rendimentos do regime.

"Estas sanções demonstram que o Reino Unido não aceitará as ações realizadas por Lukashenko após a eleição fraudulenta", advertiu Raab.

"A produção das indústrias do Estado de Lukashenko não será vendida no Reino Unido e as nossas empresas aeroespaciais não tocarão na sua frota de aviões de luxo", adiantou.

O Reino Unido, que não reconheceu a reeleição de Alexander Lukashenko há um ano para um sexto mandato e que o sancionou pessoalmente, já anunciou várias séries de sanções desde as presidenciais bielorrussas de 9 de agosto de 2020.

Na semana passada, o primeiro-ministro, Boris Johnson, recebeu em Downing Street a líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaya, assegurando que o seu país "se mantém ao lado do povo bielorrusso".

A propósito do primeiro aniversário da disputada eleição, o Governo alemão criticou hoje o Presidente bielorrusso por ter "sequestrado todo o país" desde agosto de 2020.

"Um Estado que aprisiona, bloqueia, tortura e força ao exílio dezenas de milhares dos seus cidadãos por protestos pacíficos perdeu toda a legitimidade política e moral", considerou o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas, acrescentando que a "Alemanha e a União Europeia" continuarão "ao lado do povo da Bielorrússia que luta pelo respeito dos direitos humanos e democráticos fundamentais".

A repressão violenta dos protestos que se seguiram aquelas presidenciais e as detenções de opositores na Bielorrússia levaram a UE a impor sanções ao Governo bielorrusso e a indivíduos e empresas do país.

Lukashenko reconheceu hoje, numa conferência de imprensa designada "Grande Conversa com o Presidente", que o país teve um ano difícil após aquelas eleições.

"Hoje, a Bielorrússia está no centro das atenções de todo o mundo. Como e porquê sabem melhor do que eu. Quero apenas dizer que não foi de livre vontade. Tivemos um ano difícil", disse Lukashenko em Minsk, citado pelas agências EFE e Associated Press.

O líder bielorrusso disse que o último ano pôs à prova a "unidade nacional da Bielorrússia" e acusou a oposição de ter pensado num golpe de Estado.

Indicou ainda que os acontecimentos do ano passado fortaleceram a cooperação entre a Bielorrússia e a Rússia e advertiu o Ocidente contra novas sanções ao seu país, considerando que poderão afetar os países que as impõem.

Leia Também: Lukashenko reconhece ano difícil após eleições de 2020

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