O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) estima que o limiar do aquecimento global (de + 1,5 graus celsius) em comparação com valores da era pré-industrial vai ser atingido em 2030, 10 anos antes do que tinha sido projetado anteriormente, "ameaçando a humanidade com novos desastres sem precedentes".
A manter-se o ritmo atual de emissões de gases com efeito de estufa, refere o relatório, a temperatura global vai aumentar 2,7 graus (ºC) até ao final do século tendo por comparação a média da temperatura na era pré-industrial.
"O novo relatório do IPCC não tem nenhuma surpresa. Confirma o que sabemos através de milhares de estudos e relatórios anteriores, que estamos numa emergência. É um resumo sólido, mas prudente dos melhores dados científicos disponíveis", escreveu Greta Thunberg na sua conta na rede social Twitter.
Thunberg reitera que o IPCC não apresenta soluções e que "somos nós que temos que ser corajosos e tomar decisões baseadas na prova científica".
"Ainda podemos evitar as piores consequências, mas não se continuarmos como até agora e não sem tratar a crise como uma crise", escreveu.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse hoje que o relatório sobre o clima hoje publicado pelos especialistas da ONU é um "alerta vermelho" que deve fazer soar os alarmes sobre as energias fósseis que "destroem o planeta".
O relatório estabelece uma avaliação científica dos últimos sete anos e "deve significar o fim do uso do carvão e dos combustíveis fósseis, antes que destruam o planeta", disse Guterres através de um comunicado.
Londres, Paris, Berlim e Washington já comentaram o relatório, considerando-o um aviso muito sério para os riscos que o planeta corre e afirmando que não podem ser adiadas medidas mais ambiciosas de combate às alterações climáticas.
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