Implicado em morte de jornalista aponta "pretexto" para afastamento

François Compaoré, irmão mais novo do Presidente deposto do Burkina Faso, Blaise Compaoré, afirmou que o seu envolvimento no assassinato do jornalista de investigação Norbert Zongo, em 1998, foi um "pretexto para o afastamento político programado".

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Lusa
09/08/2021 19:09 ‧ 09/08/2021 por Lusa

Mundo

Burkina Faso

 

Na sexta-feira, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) suspendeu, de forma provisória, a extradição de François Compaoré, que tinha sido validada pelas autoridades políticas e judicias francesas.

Segundo o irmão do antigo chefe de Estado do Burkina Faso, numa carta enviada à agência France-Presse, o seu alegado envolvimento no assassinato de Zongo "é apenas um pretexto para um afastamento político planeado há mais de duas décadas".

François Compaoré, irmão mais novo de Blaise, deposto em outubro de 2014 após 27 anos à frente do país, foi preso no aeroporto de Roissy, em Paris, em outubro de 2017, sob um mandado de captura emitido pelas autoridades de Ouagadougou.

François está implicado no assassinato do jornalista de investigação e diretor do semanário L'Indépendant, Norbert Zongo. O jornalista, então com 49 anos, foi morto em 13 de dezembro de 1998, quando investigava o assassinato do motorista de François.

De acordo com o réu, o mandado de captura foi "emitido sem acusação" aquando da detenção "e até hoje", sendo "contrário aos acordos assinados em abril de 1961 entre França e Burkina Faso".

Compaoré congratulou-se com a decisão do TEDH, que apelidou de "notável".

Para o diretor do gabinete do ministro da Justiça do Burkina Faso, esta decisão "não é surpreendente".

Na mesma nota, François disse também estar interessado em defender o seu irmão, que é "atacado por declarações inadmissíveis por certos líderes políticos".

Blaise, que vive exilado na Costa do Marfim desde que foi afastado do poder, mantém-se "em silêncio porque sempre soube [poder contar] com a maturidade do povo do Burkina Faso, que o viu a trabalhar durante os seus 27 anos no poder", segundo o seu irmão.

François assinalou que durante a liderança de Blaise, o Burkina Faso "não conheceu nem guerra, nem ameaça terrorista".

Após a queda de Blaise Compaoré, o Burkina Faso, que antes era poupado por grupos armados ativos no Sahel, afundou-se numa espiral de violência 'jihadista' e intercomunitária.

O regime de Compaoré é acusado de ter firmado uma espécie de pacto de não-agressão com grupos 'jihadistas' para proteger o país dos seus ataques.

Leia Também: Doze soldados mortos em mais um ataque no noroeste do Burkina Faso

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